Cem dias depois de duas pistas da rodovia Santa Maria-Itaara (BR-158) racharem devido às chuvas, ainda não há um prazo para o conserto. A estrada é usada para o escoamento da safra de grãos do centro do Estado até o porto de Rio Grande.
Usuários da BR-158 - carros, motocicletas, ônibus e cerca de 2,5 mil caminhões por dia, em época de safra - têm de usar um desvio feito perto da ponte sobre a Garganta do Diabo, que afunila o trânsito em uma pista. Segundo o chefe de engenharia do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Estado, Pedro Luzardo Gomes, o órgão está elaborando o edital da licitação que irá escolher a empresa responsável pela obra. A definição da empreiteira, porém, não deve ocorrer em menos de dois meses. Não há previsão para o início das obras.
A reforma no trecho já poderia estar em andamento se o primeiro plano de recuperação tivesse ido adiante (veja quadro). Em fevereiro, o Dnit chegou a anunciar um conserto emergencial - sem necessidade de licitação. Foram feitos estudos no terreno, e empreiteira Cotrel chegou a ser contratada. Em março, o órgão federal voltou atrás, exigindo a contratação da empresa por licitação.
A justificativa da superintendência regional do Dnit para a mudança é uma reavaliação dos planos. Segundo Luzardo, a condição do terreno danificado requer um projeto mais elaborado. Por isso, o órgão resolveu desistir da contratação emergencial.
- A empresa que será contratada vai detectar os pontos com potencial para apresentar problemas em toda a subida da serra e irá elaborar um projeto de prevenção de deslizamentos. Não posso precisar o tempo para sair o projeto completo, mas a terceira pista (no trecho onde o asfalto cedeu) vai ser feita - diz o analista de infraestrutura da unidade do Dnit em Santa Maria, João Carlos Tonetto.
Enquanto aguardam por uma notícia mais animadora, os motoristas se preocupam. O caminhoneiro Cleberson Viana, 38 anos, passa pelo local pelo menos uma vez por semana:
- É uma vergonha. Faz tempo que está assim e não arrumaram.
A novela - Janeiro: Dia 19 - Um trecho de cerca de 60 metros do acostamento do sentido Itaara-Santa Maria apresenta rachaduras em função das chuvas. Dia 22 - A empreiteira Cotrel é contratada para fazer a obra emergencial.
Fevereiro: Dia 8 - O Dnit anuncia que está pronto o projeto para a recomposição do trecho que cedeu. Pelo projeto, as duas pistas que cederam não serão recuperadas. Será aberta uma nova pista. Dia 24 - A Cotrel começa a colocar cargas de pedra dentro das fissuras das pistas para impedir que o problema se agrave.
Março - Começo do mês - A superintendência regional do Dnit decide que a obra não poderá ser feita em caráter emergencial, ou seja, precisará de licitação. A Cotrel é destituída da obra. Final do mês - Dnit começa a elaborar o edital da licitação.