Movimentação de cargas recua 56% em julho no Estado, diz órgão federal

Publicado em
20 de Agosto de 2012
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O fraco desempenho da indústria local fez a movimentação total de cargas dos Terminais de Uso Privado (TUP) no Amazonas cair 56% em julho frente o mesmo mês do ano passado. Os dados são da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e, segundo o órgão federal que regulamenta os portos do País, passaram por esses terminais 774,4 mil toneladas no mês passado, contra 1,7 milhão de toneladas em igual período de 2011.

A agência disponibilizou os dados de movimentação de cargas dos portos Solimões (Coari), Hermasa Graneleiro (Itacoatiara), Chibatão, Sanave, Super Terminais e Itacal. A Antaq identificou que, do total operado nesses terminais, 48,5% foram de cargas transportadas na modalidade longo curso, 39,1% na categoria ‘outras navegações’ e apenas 12,3% em sistema de cabotagem.

O presidente da Federação das Empresas de Logística, Transporte e Agenciamento de Cargas da Amazônia (Fetramaz), Irani Bertolini, contestou os números da agência e disse que “eles não batem”. “Acredito que houve queda, mas não muito expressiva. Nós trabalhamos com um resultado entre 10% e 12% inferior ao ano passado. Esse número (da Antaq) é muito grande e se fosse real, já estaríamos quebrados”, declarou Bertolini.

Ele atribui a queda ao próprio cenário da economia mundial e brasileira. Segundo Bertolini, aqui o problema nos setores de Duas Rodas e das fábricas de condicionadores de ar, que estão sendo importados direto da China, refletiram nas empresas de transporte. O empresário e presidente da federação acredita que, com as novas medidas do governo Federal haja uma retomada a partir de setembro.

“As empresas sentiram na pele isso. Todas esperavam um incremento de 5% a 10% nesse ano e não aconteceu. Pelo contrário, estamos trabalhando com esse índice negativo. Como saída, as empresas de logística deixaram de aplicar reajustes de combustível e mão de obra, que não pudemos repassar por causa desse problema. Estamos apertados e resolvendo do jeito que conseguirmos”, explicou Bertolini.

O representante da Fetramaz também salientou que, se houver um aquecimento no setor de ar-condicionado, a situação no segmento deverá melhorar um pouco, mas ele não vê saída para o problema de crédito para as motos. “Dependemos muito do distrito industrial. O PIM (Polo Industrial de Manaus) representa 80% das cargas transportadas pelas empresas de logística atualmente”, completou.

“Essa queda é proporcional ao momento que estamos vivenciando na indústria, com uma queda acentuada de produção. Em decorrência disso, tivemos efeito direto nas cargas, mas as greves de todas as categorias que mexem direta e indiretamente na liberação de mercadorias também tiveram participação”, analisou o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo.

Na avaliação do economista Martinho Azevedo, este é um efeito não só do momento ruim na indústria, mas também no próprio comércio, que, segundo ele, é a porta de entrada de todo o consumo de Manaus e de toda a região. “Essa queda é algo proveniente do que tem acontecido durante todo o ano de 2012, quando não tivemos nenhum comportamento de crescimento”, observou.

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