Montadoras apostam em caixa automatizada para semipesados

Publicado em
22 de Abril de 2014
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Mercedes-Benz começa a vender o novo Atego 2430 e a Volvo leva a caixa I-Shift para a linha VM

Sucesso nos extrapesados, a caixa automatizada chega com tudo nos semipesados. Mercedes- Benz e Volvo acabam de apresentar respectivamente o Atego, com a caixa Power Shift, e o VM, com a consagrada transmissão eletrônica I-Shift que já equipa praticamente 100% dos veículos para aplicação rodoviários da marca.

Além de mais conforto para o motorista, o equipamento proporciona economia de combustível e evita o desgaste de peças provocado por trocas de marcha mal feitas.

caixa-i-shift site“O motorista faz em média 1000 trocas de marcha por dia. Por mais treinado que seja a repetição e a fadiga podem prejudicar a forma de conduzir o veículo ao longo de uma jornada de trabalho, daí o sucesso das caixas automatizadas”, argumenta Álvaro Menoncin, gerente de engenharia de vendas da Volvo.

Mercedes-Benz quer retomar a liderança

Depois de contratar o principal executivo da Scania (veja matéria CLICANDO AQUI), a Mercedes-Benz acaba de apresentar sua arma para ampliar participação no mercado de caminhões semipesados. Trata-se do Atego 2430, lançado na última Fenatran em outubro de 2013 e que a partir de agora pode vir equipado com a caixa automatizada Power Shift.

Atego externa siteEste segmento de negócios não é pequeno: só no ano passado foram 50 mil caminhões ou 30% do total das vendas para o mercado interno sendo que 70% (ou ¾) deste total são de veículos 6×2. A liderança é da Volkswagen – agora MAN Latin América – que fechou 2013 com 33% de participação. A Mercedes-Benz vem a seguir com 27%.

Para virar o jogo, a Mercedes-Benz conta com alguns trunfos: “O Atego 2430 é o Rei dos Semipesados, tem maior valor agregado, mas chega com valor competitivo, o mesmo do seu antecessor o 2429. Além disso, temos a mais completa linha de veículos comerciais e a maior rede de concessionários, ou seja, todas as condições de recuperar a liderança”, argumentou Philipp Schiemer, presidente da montadora.

Atego suspensão cabine siteAlém da caixa automatizada de 12 velocidades, a engenharia aposta em outros diferenciais. As novas funções EcoRoll e Power já disponíveis nos extrapesados: em longos trechos planos ou decidas, o EcoRoll coloca a transmissão do veículo em neutro de forma segura e controlada, sem a intervenção do motorista, auxiliando na redução de consumo de combustível. Já o modo Power, durante 10 minutos, permite trocas de marchas em rotações mais elevadas para facilitar ultrapassagens ou vencer aclives íngrimes. A cabina ganhou nova suspensão, novo interior e novo banco pneumático, além da opcional cama king size com meio metro a mais de largura.

O torque de 1250 Nm entre 1100 e 1200 rpm é até 32% superior a caminhões de marcas concorrentes, possibilitando menos trocas de marchas e consequente economia de combustível. “Além disso, nosso custo da manutenção preventiva será mais em conta. E o intervalo de troca de óleo será de 60 mil quilômetros com óleo mineral, enquanto o da concorrência tem que acontecer  na metade do tempo e a recomendação é o óleo semi-sintético”, argumentou Claudio Gasparetti, gerente de marketing de produto da Mercedes-Benz.

O Atego 2430 com caixa manual vai custar os mesmos R$ 235 mil do 2429. Com a caixa Power Shift, são R$ 5 mil a mais. Embora trabalhe com uma previsão de vendas totais cerca de 10% menores que 2013, a Mercedes-Benz estima que sejam vendidas 2 mil unidades do novo modelo ainda este ano.

VM com I-Shift já responde por 50% das vendas

vm i shift siteDepois de apresentar as versões 8×2 e 8×4 no ano passado, a Volvo incorpora também à sua linha VM um sucesso de vendas da linha de pesados: a caixa eletrônica I-Shift que equipa mais de 90% dos caminhões que saem da linha de montagem de Curitiba. Se considerados apenas os modelos rodoviários, este percentual chega a quase 100%.

“Os benefícios para o transportador são menor consumo de combustível, mais conforto e menor custo operacional”, destaca Francisco Mendonça, gerente de caminhões VM da Volvo.

São 12 marchas à frente e duas à ré na mesma configuração dos extrapesados, com 2.300 Nm de potência. O motorista pode escolher o modo de condução econômico – quando está em velocidade de cruzeiro – ou o modo potência em trechos mais íngremes.

O “cérebro” eletrônico da caixa I-Shift registra as condições da via e o peso bruto total do veículo antes de selecionar a marcha adequada de forma suave e silenciosa.

vm cabine caixa i shift b siteAs vendas do VM com caixa I-Shift começaram em março e já somam nada menos que 50% das encomendas. Para os VM equipados com transmissão manual da Eaton, o câmbio I-Shift sairá por R$ 20 mil. Nos VM cuja transmissão manual é da própria Volvo, o I-Shift custa R$ 15 mil.  Com isso, o modelo 6×2 de 270 cv, por exemplo, chegará ao mercado na faixa de R$ 240 mil. 

Lançado em 2003, o VM incorporou itens até então inexistentes no segmento de semipesados. A cabine leito, coluna de direção ajustável e sistema de basculamento hidráulico da cabine são alguns exemplos.Com isso a participação de mercado da merca saiu de 6,4% em 2009 para 12% no ano passado.

As melhorias continuam: as alavancas de freio que ficavam no lado direito do banco do motorista estão a partir de agora incorporadas ao painel. E o cliente tem e opção do descanso de braço no banco do motorista e pode escolher também a melhor posição do rádio, se na parte superior da cabine ou no painel que agora conta com entrada USB para pendrive e conexão auxiliar de áudio para MP3 ou celular.

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