Alexandre de Moraes anunciou nova regulamentação para empresas. Alckmin havia pedido maior rigor à PF após série de grandes assaltos.
O Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou, nesta quinta-feira (7) em São Paulo, que vai passar um “pente fino” em todas as empresas que realizam transportes de valores no país. Uma nova regulamentação que, segundo ele, deve sair em até 10 dias, vai intensificar a fiscalização e o rigor na concessão de autorizações para que as transportadoras atuem.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) havia pedido, na quarta (6), um maior rigor no credenciamento e na fiscalização não só das sedes das empresas, mas também dos trajetos por elas percorridos. As atividades são de atribuição da Polícia Federal. Para o governador, transportadoras que não possuem um esquema de segurança ideal expõem a risco a população.
Moraes disse que concorda “100%” com Alckmin. “Desde o meu primeiro dia como ministro, junto à Secretaria de Assuntos Legistaltivos (SAL) e ao comando do Exército, já que parte dessa fiscalização é do Exército, já estamos providenciando alterações que deem instrumentos mais fortes para a Polícia Federal”.
De acordo com o ministro, o “pente fino” vai se estender até à inspeção dos valores que as empresas declaram guardar, pois, segundo ele, “algumas vezes eles acabam não batendo com os valores subtraídos”.
Na madrugada de terça (5), pelo menos 20 homens invadiram a transportadora Prosegur, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Eles explodiram parte do edifício e fugiram. A quantia levada pelos assaltantes não foi informada, mas a polícia estima que tenham sido milhões.
Houve confronto com a polícia e um PM foi morto. Segundo o diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter 3), João Osinski Junior, mais de mil tiros de fuzil foram disparados em 40 minutos contra os policiais. Este foi o terceiro grande crime do tipo apenas neste ano no estado.
Outros casos
Em março, um ataque à transportadora de valores Protege em Campinas, no interior do estado, levou pânico aos moradores do bairro São Bernardo. Houve intensa troca de tiros e os ladrões teriam levado cerca de R$ 50 milhões da empresa, segundo estimativa não oficial obtida pela EPTV, afiliada da TV Globo.
No mês seguinte houve ataque semelhante à empresa Prosegur em Santos, no litoral. A ação resultou em tiroteio, e o barulho chamou atenção de moradores de três bairros da cidade. Segundo a polícia, dois PMs e um morador de rua morreram. A empresa não divulgou o valor levado pelos assaltantes.