Minas Gerais - Caminhoneiros ameaçam parar BRs outra vez

Publicado em
30 de Julho de 2012
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Depois da trégua do fim de semana nas rodovias mineiras, a promessa é de novas manifestações de caminhoneiros. A direção do movimento deu ultimato ao governo federal para que sejam abertas negociações para solucionar, pelo menos, parte das reivindicações da categoria. Caso contrário, o movimento pode voltar a bloquear os principais eixos viários do país. “Só queremos sentar para conversar. Se não formos atendidos, amanhã (hoje) o dia vai pegar”, afirma o diretor-regional do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), José Carneiro.

Apesar de não terem dado as caras nas estradas, até porque são poucos os transportadores que rodam aos sábados e domingos, os caminhoneiros se reuniram em pelo menos três cidades de Minas para decidir os rumos do movimento: Igarapé, na Região Central, Carmópolis de Minas, no Sul, e Patos de Minas, no Alto Paranaíba. “O encerramento da greve depende de uma palavra do governo federal. É só sentar com a gente e falar: ‘Isso pode ser feito e isso não tem condições’”, afirma Carneiro.

Em Igarapé, os representantes dos caminhoneiros se reuniram na manhã de ontem. Depois de quase três horas de discussões acaloradas, decidiram que, se o Planalto não se manifestar a respeito das reivindicações da categoria, eles prometem voltar com a paralisação na BR-381. De acordo com Carneiro, um advogado do MUBC vai acionar a Justiça para tentar derrubar a liminar que impede o bloqueio do trânsito na Fernão Dias, entre BH e São Paulo. O trecho é administrado pela concessionária Autopista.

No encontro em Igarapé, estiveram presentes representantes dos municípios de Itaguara, Itatiaiuçu, Itaúna, Igarapé e Oliveira. De acordo com Sidney Nascimento, porta-voz do movimento em Igarapé, as entregas de mercadorias continuarão não sendo feitas. “Vamos ficar com a carga em casa e, se o governo não se manifestar, voltaremos para a rodovia”, explicou. Ele ainda destacou que, caso a ocupação da BR seja feita novamente, a orientação para todos os caminhoneiros é que pelo menos uma faixa fique liberada para o fluxo dos veículos.

Reivindicações - A categoria estabeleceu várias reivindicações. Uma delas é a construção de pontos com infraestrutura nas rodovias para cumprir a lei que determina a jornada de trabalho. Pela nova legislação, a cada quatro horas rodadas, eles precisam parar meia hora para descansar e, após cumprir a jornada do dia, devem parar por 11 horas consecutivas. “É importante ressaltar que nós não somos contra a lei. Só queremos que o governo ofereça condições para cumprirmos essa determinação por meio da construção de postos a cada certa quantia de quilômetros, com infraestrutura como estacionamento e banheiros para que a parada seja cumprida de maneira segura”, disse Erivelto Oliveira, representante do movimento em Carmópolis de Minas.
Outra reivindicação é a redução do preço do óleo diesel. De acordo com Erivelto, o preço do combustível em Minas é 7% maior do que em relação a outros estados. Além disso, os profissionais pleiteiam aumento do frete e que as empresas contratantes paguem os pedágios.

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