A Michelin está trabalhando em um pneu inteligente que não usa ar, é feito de plásticos recicláveis e possui banda de rodagem impressa em 3-D, que pode ser alterada à medida que as rodovias e as mudanças climáticas assim exigirem.
Pelo menos, essa é a visão de futuro da Michelin.
Embora pareça exagerado, todos os aspectos do futuro pneu são o foco de um projeto de pesquisa e desenvolvimento ativo, em andamento no Grupo Michelin, disse Terry Gettys, vice-presidente executivo de pesquisa e desenvolvimento.
O combo da roda do pneu, denominado “Visionary Concept”, é projetado para ser um player ativo no segmento de veículos automatizados, ressaltou Gettys durante a Movin’On, conferência global de transporte sustentável que aconteceu em Montreal entre os dias 13 e 15 deste mês.
A Michelin mostrou um protótipo do futuro pneu na conferência, enfatizando seu compromisso em desenvolver uma “solução de sistemas integrada para mobilidade sustentável”.
O pneu “airless” tem sua estrutura em favo de mel, inspirada em modelos naturais (design generativo: uma forma que imita o processo de crescimento natural das plantas, minerais ou, às vezes, no mundo animal, como nos corais, para exemplo). É feito de materiais reciclados e é totalmente reciclável.
O Visionary Concept também está conectado e otimizado para veículos autônomos – fazendo parte do sistema -, tornando-se um “pneu inteligente” que se comunica com o veículo e com uma rede de informação maior que o alimenta, desde o clima até as condições das vias, disse Gettys.
Sem sair do carro ou mesmo de casa, pode-se obter informações sobre o seu desgaste e programar uma reimpressão, escolhendo o padrão de banda necessária nesse momento específico para o uso pretendido de pneus ou simplesmente seguindo o sugestão feita pelo aplicativo incorporado, que detecta seus requisitos.
Embora seja improvável que esse pneu seja comercializado nos próximos anos, há poucas dúvidas na Michelin que ele pode ser feito.
Inicialmente, os pneus estão sendo desenvolvidos para o uso em automóveis e comerciais leves – “porque isso é 80% do mercado”, ressaltou o executivo. A Michelin não examinou o desenvolvimento de pneus maiores e mais fortes para caminhões médios e até pesados, mas isso provavelmente se dará, sugeriu Gettys.