Michelin compra empresa brasileira de gerenciamento de frota

Publicado em
11 de Junho de 2014
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Com Sascar, companhia que era controlada por um fundo da gestora GP Investiments, fabricante de pneus amplia oferta de serviços para os clientes

A fabricante de pneus Michelin anunciou nesta segunda-feira, 9, a aquisição da empresa brasileira de tecnologia Sascar por R$ 1,6 bilhão. Especializada em gerenciamento de frotas e rastreamento de cargas, a Sascar era controlada, desde 2011, por um fundo da gestora de recursos GP Investments.

A conclusão do negócio depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Michelin pagará uma parcela de R$ 1,35 bilhão pelo negócio e assumirá dívidas de R$ 247 milhões. Os valores serão ajustados no fechamento da transação.

Com a aquisição, a Michelin deve aproveitar a tecnologia da Sascar para oferecer um novo serviço aos seus clientes. A Michelin é líder no segmento de pneus para ônibus e caminhões no Brasil, um mercado atendido por sua fábrica em Campo Grande (MS). A empresa mantém negócios em 170 países e informou que poderá usar a tecnologia de gestão de frotas e rastreamento de carga da Sascar em outros mercados além do Brasil.

“A Michelin irá se beneficiar da carteira de clientes e das competências técnicas da Sascar em um mercado em pleno crescimento. Desta forma, a empresa vai acelerar o desenvolvimento de serviços a seus clientes no mundo. Consolidamos, assim, um eixo importante de crescimento para o grupo”, declarou Jean-Dominique Senard, presidente do Grupo Michelin.

O copresidente da GP Investments, Antonio Bonchristiano, diz que a Sascar foi um “investimento de sucesso” para a gestora e que a venda para a Michelin “faz parte da razão de ser do fundo, que é comprar empresas para depois revender no futuro com lucro”.

A GP comprou 56% da Sascar em março de 2011 – 46% por meio do fundo GPCPV e outros 10% por meio de um fundo da BRZ Investimentos, o asset da GP. Só o fundo GPCPV vai receber US$ 260 milhões pela venda de sua fatia na Sascar, um retorno de 2,6 vezes o valor investido na empresa, em dólares. A operação envolveu 100% da Sascar, mas os nomes dos demais acionistas não são públicos.

Gestão. A Sascar existe há 15 anos no Brasil, tem sede em São Paulo e emprega 870 pessoas. A empresa se diz líder no serviço de rastreamento de frotas, com 230 mil veículos em sua base. A companhia faturou R$ 280 milhões em 2013 e registrou um crescimento médio de 16% nos últimos três anos.

Como várias companhias familiares adquiridas por fundos de investimento, a Sascar recebeu o chamado “choque de gestão” depois que a GP comprou o controle da operação. Em 2011, um dos sócios da gestora, Marcio Tabatchnik Trigueiro, assumiu o cargo de presidente da empresa e liderou o processo de reestruturação.

A empresa passou a adotar uma metodologia de gestão baseada em meritocracia e em metas. Além disso, o foco dos negócios mudou. Antes, a Sascar tinha as seguradoras como seus principais clientes para soluções de rastreamento. Hoje, os maiores clientes são os gestores de frota. “As seguradoras precisam da solução para rastrear o veículo em caso de furto. Já os donos de frota usam a ferramenta no dia a dia e se dispõem a pagar mais pelo serviço”, explica Bonchristiano.

O resultado das mudanças fez com que a receita da empresa crescesse 88% entre 2011 e 2013 e a geração de caixa (Ebitda) subisse 130%.

Para Bonchristiano, no entanto, a empresa ainda tem potencial de crescer mais aproveitando a marca e a carteira de clientes da Michelin. “A Michelin pode levar a Sascar a outro patamar, além do que ela poderia chegar sozinha. A empresa já tem soluções para o setor automotivo no mundo inteiro e tem condições de acelerar o crescimento da Sascar além do que nós vínhamos fazendo.”

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