MGO Rodovias inicia os trabalhos na sua primeira concessão

Publicado em
22 de Abril de 2014
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Empresa tem o desafio de começar do zero e atender ao extenso Programa de Exploração da Rodovia

 

Augusto Diniz - Uberlândia (MG)
 

O Programa de Exploração da Rodovia (PER) é um documento conhecido pelas empresas que já atuam no ramos de concessão há alguns anos. A “bíblia” da concessão especifica todos os serviços e obras que precisam ser realizados pela concessionária. Estão lá as diretrizes técnicas, normas, características geométricas, escopo, parâmetros de desempenho e técnicos, bem como os prazos de execução que devem ser observados.
 
Engenheiro Paulo Pimenta, da MGO Rodovias
 
Para a Concessionária de Rodovias Minas Gerais Goiás S.A. - MGO Rodovias, o PER é uma novidade. Ela é a sociedade de propósito específico criada pelo Consórcio Planalto, que surpreendeu o mercado tradicional em setembro passado e venceu o leilão de concessão da BR-050/GO/MG - trecho de 436,6 km, desde o entroncamento com a BR-040, na cidade de Cristalina, em Goiás, até a divisa dos estados de Minas Gerais e São Paulo. A empresa ofereceu no leilão um deságio de 42,38% sobre o valor de referência (R$ 0,04534 por km).
 
O Consórcio Planalto era formado por nove empresas de porte médio: Senpar, Construtora Estrutural, Construtora Kamilos, Ellenco Construções, Engenharia e Comércio Bandeirantes, Greca Distribuidora de Asfaltos, Maqterra Transportes e Terraplenagem, TCL Tecnologia e Construções e Vale do Rio Novo Engenharia e Construções. Hoje, elas são todas sócias igualitárias da MGO Rodovias.
 
“O nosso desafio é sair do zero e cumprir as obrigações do Plano de Exploração Rodoviária. Os parâmetros estão ali. Não somos uma empresa que já atuava no mercado de concessão. Trata-se de uma empresa nova”, explica o engenheiro civil Paulo Pimenta, diretor de Engenharia e Operações da MGO Rodovias.
 
A MGO contratou profissionais do mercado para ocupar a direção da empresa. Além de Paulo Pimenta, o corpo diretivo é formado também pelo diretor-presidente, Helvécio Soares, e o diretor administrativo-financeiro, Paulo Lopes. Todos eles têm experiência no setor e atuaram na concessionária SP Vias, que foi comprada pelo grupo CCR em 2010.
 
Paulo Pimenta esclarece que o conselho de administração da MGO é integrado pelos nove sócios que participam da empresa. O executivo explica que a gestão é profissional e se um dos sócios da concessionária quiser fazer parte de alguma obra na rodovia, tem que passar pela licitação. “Não se prevê a participação dos acionistas nas obras”, diz.
 

Concessionária realiza trabalhos iniciais, que incluem limpeza da faixa de domínio e pintura das pistas

 
 
A concessão da BR-050 é de 30 anos e os investimentos previstos atingem R$ 3,03 bilhões na rodovia. Além de veículos leves, o tráfego na rodovia tem predomínio de caminhões que transportam grãos, minérios, insumos agrícolas e industriais e bens de capital.
 
Centro de controle operacional
O diretor Paulo Pimenta tem grande responsabilidade no projeto da MGO. Ele responde pelas obras e conservação na rodovia, além da operação dos sistemas. A concessionária está instalada em um prédio em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde 50 pessoas trabalham. Em breve, a empresa mudará para um centro de controle operacional definitivo em Uberlândia. A localidade, a principal cortada pela BR-050, é a única que possui contorno na rodovia (17 km de vias duplicadas).
 
“A cidade fica próxima ao centro de massa (ponto médio) da rodovia”, explica, ressaltando que o local também dispõe de infraestrutura para dar total suporte às operações.
 
Duplicação
Para começar a cobrar pedágio na rodovia, a MGO precisará ter realizado pelo menos 10% de duplicação, conforme o estabelecido em contrato. A extensão de toda a concessão é de 436,6 km. A duplicação a ser feita é de todo o trecho da rodovia em Goiás, de 218,8 km - o trecho da BR-050 em Minas Gerais já é duplicado, com exceção de 65 km, entre a divisa de GO-MG e Uberlândia, onde o Dnit finaliza os trabalhos de duplicação.
 
“O nosso outro desafio é cumprir 10% de duplicação e montar as praças de pedágio”, conta Paulo. Para isso, a concessionária já colocou em prática um plano para obter mais rapidamente a licença da duplicação, realizar o trabalho até o final do ano e dar início à arrecadação no início de 2015: apresentar ao Ibama os trechos da estrada que se enquadram em uma resolução do órgão que permite colocar até 25 km da rodovia (portanto, pouco mais de 10% de duplicação) em situação especial para realização imediata de obras. No entanto, é preciso que se cumpra algumas exigências, como não envolver áreas de preservação ambiental.
 
Como a duplicação se concentra em Goiás, a MGO leva em conta que a arrecadação de pedágio em Minas será destinada a investir em Goiás. No estado goiano, seis novas pontes serão construídas por conta da duplicação. O prazo para conclusão das obras de duplicação é de cinco anos.
 
No total, serão construídas seis praças de pedágio na rodovia - a elaboração dos projetos já está em andamento.
 
O contrato concede à MGO a exploração da infraestrutura e da prestação do serviço público de recuperação, operação, manutenção, monitoração, conservação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade.
 
Intervenções
Os primeiros trabalhos na BR-050, que devem durar até julho, estão atualmente concentrados em Goiás e na altura de Uberaba (MG), trechos considerados mais críticos da rodovia. Dentre esses trabalhos, estão: limpeza da rodovia, recuperação de defensa, roçada, operação tapa-buraco, desobstrução de drenagem, recuperação de placas e melhoria da sinalização. De acordo com a MGO, já foram gastos 1 mil t de asfalto na operação tapa-buraco.
 
A empresa destaca que a estrada, no trecho que corta a cidade de Catalão (GO), registra muitos acidentes - o local tem tráfego pesado de caminhões por conta da mineração e indústrias da região. Na cidade, está prevista a construção de vias marginais além da duplicação. A concessionária aponta também que entre Uberlândia e Uberaba, em período chuvoso, a estrada apresenta perigo aos motoristas. A concessionária afirma estar trabalhando emergencialmente nos dois trechos para amenizar os problemas.
 
As primeiras mobilizações ao longo da rodovia incluem três equipes de conservação, três equipes para operação tapa-buraco, uma equipe de pintura da sinalização horizontal e uma equipe de limpeza da sinalização vertical. Hoje há cerca de 150 pessoas trabalhando na rodovia.
 
A nova concessionária informa ainda que uma ponte de concreto armado sobre o rio Paineiras, no km 164, trecho de Goiás, foi encontrada com deficiência estrutural. Por conta do problema, foi definida limitação de velocidade na ponte a 30 km e carga máxima de 36 t. A MGO já elabora o projeto de reforço da obra de arte. Ao mesmo tempo, a MGO faz o cadastramento das condições da estrada, das obras de arte e do asfalto (levantamento do índice de deflexão, irregularidades etc.).
 
Em 10 de julho, está previsto o início da operação da BR-050, com a mobilização de dez guinchos leves e pesados, serviços de assistência médica e socorro, seis ambulâncias pré-hospitalares, três ambulâncias para atendimento intensivo, três caminhões-pipa, dentre outros equipamentos. Na ocasião, as bases de serviço operacional já deverão estar instaladas ao longo da rodovia.
 
Características da Rodovia BR-050 MG/GO
16 dispositivos em “diamante”
8 dispositivos em “trombeta”
1 trevo completo
5 retornos em desnível
25 pontes e viadutos a ser recuperados (deverão atender a norma TB 45)
6 pontes novas serão construídas por conta da duplicação
2 balanças serão reformadas e 2 serão instaladas
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