Mercado de engenharia acende o alerta com falta de perspectivas após balanço da Petrobrás

Publicado em
24 de Abril de 2015
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Passada a expectativa da divulgação do Balanço de 2014 da Petrobrás, ficou a amarga sensação de que os negócios têm poucas perspectivas de melhorarem ainda este ano. O mergulho em apneia a que as empresas estão submetidas, em águas profundas, está longe de terminar. Será preciso um pouco mais de fôlego. A Petrobrás saiu do CTI, mas ainda está em cadeira de rodas indo para o quarto em busca de recuperação.

O Presidente da Companhia, Aldemir Bendine (foto), vai se apresentar formalmente aos funcionários da empresa na manhã desta sexta-feira (24). Ele deverá fazer o seu primeiro discurso formal de apresentação. Será a chegada de um estranho no ninho de uma empresa corporativista que engoliu goela abaixo mais uma indicação política para liderar os seus destinos. Os funcionários, a partir de agora, vão colocar em prática uma velha frase do jornalista e escritor Millôr Fernandes: “Como são admiráveis as pessoas que a gente não conhece bem”.

O discurso vai girar em torno da empresa grandiosa que já passou por muitas dificuldades e que tem mais este desafio pela frente. Conclamará a todos – mesmo os quase dois mil funcionários que estão sendo investigados por escritórios especializados – a se unirem em torno da causa de levantar o nome da Petrobrás, que ultimamente está chamuscado, enxovalhado por práticas principalmente de políticos gananciosos e desonestos. Políticos que levaram para a vala a história de muitas empresas que já mereceram créditos de honorabilidade por suas conquistas e que também sucumbiram pela cegueira do lucro fácil.

As indicações do presidente Bendine foram bastante claras. Premium I e Premium II, antes de 2018, chance zero. O Plano de Negócios lançado por sua antecessora, Graça Foster, foi por água abaixo. Tudo apagado. Alguns projetos serão postergados, ou irão a frente se houver apoio de algum investidor. A empresa está disposta a investir R$ 29 bilhões este ano, oriundos das recentes captações da companhia. A Exploração e Produção, sob o comando de Solange Guedes, será a diretoria privilegiada. Para este ano, está prevista a entrada em operação de somente um FPSO, o Cidade de Itaguaí. Para 2016, serão incorporadas mais três grandes plataformas: Cidade de Maricá, Cidade de Saquarema e o Cidade de Caraguatatuba. Haverá também o início dos testes de longa duração do Campo de Libra.

O que ainda não está claro é a posição da estatal diante da punição preventiva imposta pela administração Foster, que simplesmente suspendeu 23 grandes empresas do cadastro da companhia, mesmo sem qualquer comprovação do que estava sendo dito. Esta decisão foi a cereja no bolo da derrocada dessas empresas e o início da onda gigantesca de desemprego nessas companhias. Muitas delas credoras da Petrobrás, que distorceu o lema popular do “devo, não nego, pago quando puder”, para “devo, não pago, nego enquanto puder”.

Um novo estudo está sendo reparado para avaliar como será e quando se dará a continuidade das obras na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e no Comperj, no Rio de Janeiro. As obras estão praticamente paradas, com problemas trabalhistas gigantescos e com os equipamentos se deteriorando. Acredita-se que essas operações podem ser reiniciadas ainda este ano, desde que as empresas credoras recebam os milhões devidos pela Petrobrás.

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