Mercado de caminhões pesados pode cair mais 15%

Publicado em
17 de Fevereiro de 2016
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Avaliação é feita pela Volvo, cujas vendas no ano passado representaram pouco mais de um terço das realizadas em 2014


Nelson Bortolin
Revista Carga Pesada

O fundo do poço para o mercado de caminhões pesados e semipesados ainda não chegou. O segmento pode ter uma retração de até 15% em 2016. A avaliação foi feita nesta terça-feira (16), em entrevista coletiva da Volvo América Latina, em São Paulo, pelo diretor de Caminhões da montadora, Bernardo Fedalto. No ano passado, a empresa vendeu pouco mais de um terço dos veículos comercializados em 2014. Foram 6.722 unidades contra 18.832.

Os diretores da empresa procuraram demonstrar otimismo e avaliaram que, apesar da grave crise econômica, a marca “acertou” ao apostar no mercado brasileiro. Nos últimos anos, a montadora investiu cerca de US$ 800 milhões na planta de Curitiba. A empresa continua na liderança em caminhões pesados, com uma participação de mercado de 29,6%, quase um terço de todos os veículos desta categoria comercializados no ano.

Os caminhões semipesados da linha VM também tiveram resultado satisfatório, segundo a empresa. Neste segmento, a marca conquistou 12,3% de participação no ano passado, resultado muito semelhante aos 12,6% conseguidos em 2014. “Independentemente da situação do mercado ser boa ou ruim, tivemos um desempenho consistentes e mantivemos a liderança no segmento”, afirma Fedalto.

A situação atual da economia brasileira, segundo ele, não muda o planejamento a longo prazo da montadora. Apesar disso, o presidente do grupo, Carlos Morassutti, confirma que está “abortado” o projeto da montadora sueca de trazer uma nova marca para o País.
A Volvo, que demitiu 600 trabalhadores no ano passado, pode fazer novos desligamentos a partir de abril. Dia 30 de março vence o acordo de estabilidade no emprego firmado entre a empresa e o sindicato dos funcionários. “Trabalhamos com um excedente de 15% (do quadro de pessoal). Vamos conversar com o sindicato para nos ajustarmos diante da nova realidade”, afirma Morassutti. “Não posso dizer que haverá dispensa, nem que não existe essa possibilidade”, complementa.

No momento, a fábrica está em férias coletivas de duas semanas. Segundo o presidente, plano de demissões voluntárias (PDV) e redução de salários também são possibilidades a serem discutidas com o sindicato.

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