Mercado de caminhões não deve se recuperar neste ano

Publicado em
17 de Agosto de 2012
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Não há sinais de recuperação do mercado brasileiro de caminhões em 2012. Se continuar no atual ritmo, o País terminará o ano com cerca de 137 mil veículos emplacados, uma retração de 20% na comparação com 2011. Este foi o cenário apresentado pelo diretor de Relações Governamentais e Institucionais do Grupo MAN, Marco Antônio Saltini, durante palestra proferida na manhã desta quinta-feira (16), no XXII Congresso da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em São Paulo.

Durante a palestra, ele apresentou um gráfico comparando as vendas de caminhões desde a década de 80 com os diversos planos econômicos ou crises internacionais. Moratória do México, planos Cruzado, Collor, Bresser Real, crise do México e da Ásia. Em cada um desses momentos, segundo Saltini, houve oscilações no mercado de caminhões. “A venda de caminhão deveria ser um indicador econômico”, declarou.

O executivo disse que medidas como a redução do IPI funcionam bem na venda de carros de passeio. “Neste mercado, o sujeito troca de carro só porque a montadora mudou a cor do modelo. Só para mostrar ao vizinho. Mas, na área de caminhão, as vendas refletem com precisão o momento econômico”, disse ele, lembrando das previsões de um PIB menor que 2% neste ano. Apesar disso, o diretor se diz otimista.

Para ele, o Brasil vai crescer 4,5% como quer o governo em 2013, e o mercado de caminhões vai acompanhar este crescimento. Olimpíadas, Copa do Mundo e o programa de investimento em infraestrutura lançado pela presidente Dilma Rousseff na quarta-feira (15) são fatores que o fazem acreditar nisso. Ele elogiou o governo federal e o BNDES por causa do Finame PSI com taxa de 5,5% ao ano, a taxa mais baixa da história. E disse acreditar que o governo manterá a taxa neste patamar por mais tempo. A informação oficial é os juros voltam a 7,7% já no primeiro dia de setembro.

RENOVAÇÃO DE FROTA – Marco Antônio Saltini contou ao final da palestra que o governo de São Paulo está realizando o primeiro programa de renovação de frota do País. Segundo ele, o Estado vai oferecer financiamento de caminhões em 96 prestações sem juros para 1.000 caminhoneiros que trabalham no Porto de Santos.

“São veículos de 40 anos, alguns têm a porta de cimento. Não é brincadeira”, disse. De acordo com o diretor, o governo vai homologar uma recicladora de caminhões para integrar o programa. “O caminhoneiro só poderá participar do financiamento se entregar seu caminhão velho para a reciclagem”, contou.

SP terá juro zero para novos caminhões no Porto de Santos (Porto Gente)

O vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e diretor de relações governamentais e institucionais da MAN Latin America, Marco Antônio Saltini, afirmou nesta quinta-feira (16) que o governo do Estado de São Paulo lançará em setembro um programa piloto no Porto de Santos para a renovação da frota de caminhões que atuam na área.
Durante workshop no 22º Congresso da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em São Paulo, ele disse que o governo paulista vai destinar R$ 45 milhões para financiar o equivalente pago pelo caminhoneiro ao aderir a linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para compra do caminhão.

Com isso, o governo estadual, na verdade, vai equalizar a taxa de 5,5% ao ano da linha do BNDES para que o caminhoneiro pague apenas o valor principal do veículo. Saltini explica que, na prática, o caminhoneiro no Porto de Santos não pagará os juros do financiamento, apenas o valor do caminhão.

De acordo com o diretor da MAN, o projeto piloto começará com mil caminhões e como contrapartida o caminhoneiro deverá destinar o veículo antigo a um programa de reciclagem. "O compromisso do caminhoneiro é entregar o seu caminhão velho para destruição. Por incrível que pareça, tem caminhão no Porto de Santos com porta de cimento", disse. O prazo para amortização do financiamento será de 96 meses.

Saltini disse estar confiante no sucesso do programa. "O caminhoneiro hoje só trabalha 15 dias, porque o caminhão fica parado os outros 15 do mês na oficina. Com o caminhão novo, o rendimento dele será maior", afirmou. De acordo com ele, caso o programa seja bem sucedido, poderá ser estendido para todo o Estado.

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