Márcio Mello, da HRT, vai atuar em logística

Publicado em
16 de Dezembro de 2011
compartilhe em:

À frente de uma companhia que tem apenas dois anos de vida, mas já soma sete empresas sob o escopo da holding, Mello está prestes a abrir as portas de mais um negócio em seu conglomerado.
 
A HRT Log, que deverá operar a partir do primeiro semestre de 2012, será a oitava empresa a integrar-se à lista hoje formada pela HRT O&G - de exploração e produção de óleo e gás -, um centro de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias batizado de Ipex, a Air Amazônia, além de quatro subsidiárias que ficam no exterior - HRT América,HRT Canadá, HRT Netherlands e a HRT África. Mello diz que o principal objetivo de criar essa empresa é a economia de mais de 20% dos custos com logística em suas operações na Amazônia.
 
A nova empresa será responsável pelo transporte de pessoal e de equipamentos na região da Bacia do Solimões, onde está perfurando poços. "Ali, o transporte acontece por meio de aviões e helicópteros ou, então, é fluvial. E é difícil encontrar companhias terceirizadas que atendam ao nível de segurança que temos como padrão", disse Mello, em entrevista ao Brasil Econômico. A companhia tem, hoje, cerca de 3,5 funcionários distribuídos em cinco bases que operam em plena selva amazônica, sem direito a abrir estradas ou clareiras. "A movimentação de pessoal ali é intensa. E a nossa estrutura soma postos médicos, locais para moradia e alimentação", diz. "Além da economia, a HRT Log fará a logística local com a excelência que estipulamos".
 
De acordo com Osmar Sanches, analista chefe da consultoria Lafis, a dificuldade do transporte é um dos principais fatores da inviabilização de investimentos na região.
 
Porque o trânsito no local é complicado, Mello criou a Air Amazônia em 2011. A empresa é dona de 22 aeronaves no total - 17 helicópteros e 5 aviões - por meio das quais foram transportadas as peças das sondas que perfuraram quatro poços neste ano. O óleo extraído já foi enviado para testes, com o objetivo de verificar se é comercializável.
 
Neste momento, a HRT já começou a trasladar as sondas para os próximos quatro poços que serão perfurados na região de Solimões.
 
Venda de óleo De acordo com documento da companhia, até o final de 2012, mais 19 poços serão perfurados na Amazônia. Além desses, a HRT espera, ainda, iniciar atividades em outros quatro poços localizados na Namíbia, na costa africana.
 
Embora tenha investido mais de US$ 500 milhões em exploração, perfuração e instalação - a cifra também considera os ativos da Namíbia, na África - entre 2010 e 2011, a companhia ainda não comercializou nenhuma gota de óleo. Mas, a expectativa de Mello é que essa realidade seja diferente a partir do ano que vem. "Espero comercializar cinco mil barris por dia em 2012", diz o empresário.
 
O volume ainda é a ponta do potencial do negócio da HRT e pode ser considerado como escala de testes. É possível ter noção de volumes ao conferir as estatísticas da produção nacional.
 
Em 2011, foram produzidos 2,1 milhões de barris de óleo por dia no país, de acordo com a consultoria Lafis, principalmente pela Petrobrás, que pode extrair 150 mil barris por dia de um poço localizado na Bacia de Santos.
 
Mesmo com tanto investimento em logística na região complicada da Bacia do Solimões, a HRT Participações deve obter melhores margens no negócio, em comparação às empresas que têm plataformas marítimas.
 
"Ainda é muito mais caro extrair no mar", comenta Sanches. O custo é variável importante, já que os preços do petróleo são formados em bolsa internacional.
 
Embora ainda esteja fazendo rastreamento sísmico em seus ativos para encontrar novos poços, a companhia já determinou volume de investimentos para os próximos anos. Entre 2012 e 2014, a HRT Participações planeja aporte de mais US$ 2,6 bilhões somente em atividades de exploração, perfuração e instalação na Amazônia e na África.
 
Conhecido pela paixão que tem pela sua empresa, Márcio Mello fez IPO da HRT em outubro do ano passado. No dia, captou R$ 2,6 bilhões e, ressalta, orgulhoso que, mesmo com pouco tempo de vida, a HRT "se tornou a terceira do mercado". Antes de listá-la na Bolsa de Valores de São Paulo, Mello já havia conseguido convencer o bilionário americano Michael Dell a investir em seu negócio.

Boletim Informativo Guia do TRC
Dicas, novidades e guias de transporte direto em sua caixa de entrada.