Mais otimistas que as do mercado, as novas projeções oficiais divulgadas nesta terça-feira (23) apontam um IPCA -índice de referência da política de juros- de 6% em 2015 e 4,9% em 2016.
Essas previsões consideram uma alta dos juros dos atuais 11,75% anuais para os 12,5% esperados pelo mercado no próximo ano. Sem alteração dos juros, calcula-se, o IPCA ficaria 0,1 ponto percentual mais alto.
Sob o comando de Alexandre Tombini, no governo Dilma Rousseff, as taxas de inflação têm sempre superado as estimativas iniciais.
Bancos e consultorias ainda são céticos quanto às perspectivas de cumprimento da meta, ultrapassada desde 2010. A expectativa central do mercado é de um IPCA pouco acima do teto em 2015 e de 5,7% em 2016.
Desta vez, no entanto, procura-se criar a expectativa de uma atuação mais enérgica para conter a alta dos preços, porque a prioridade imediata da nova equipe econômica da administração petista é recuperar a credibilidade das contas e compromissos do governo.
Para isso, os juros voltaram a subir após as eleições, e está em preparação um pacote de corte de gastos públicos e, possivelmente, elevação de impostos.
Com ajustes do gênero pela frente, não se pode prever recuperação da economia tão cedo.
Ainda assim, o BC calcula que, no período de 12 meses até setembro próximo, o PIB (Produto Interno Bruto, medida da renda nacional) terá expansão de 0,6% -uma melhora em relação ao 0,2% esperado para este ano.