Maior parte das rodovias avaliadas tem problemas

Publicado em
05 de Novembro de 2015
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Da extensão total avaliada, 57,3% apresentaram algum tipo de deficiência no estado geral (que inclui a avaliação conjunta do pavimento, da sinalização e da geometria da via) , sendo que 6,3% estavam em péssimo estado, 16,1% ruim e 34,9% regular. Possuem condições adequadas de segurança e desempenho 42,7%,que tiveram classificação ótimo ou bom no estado geral.

Em relação ao pavimento, foram identificados 48,6% da extensão com algum tipo de deficiência. A sinalização apresenta problemas em 51,4% da extensão avaliada , e a geometria da via em 77,2%.

Os problemas das rodovias brasileiras tornam- se ainda mais graves com a constatação d e que 86,5% do s trechos avaliados apresentam rodovias simples de mão dupla.

 

PÚBLICO X PRIVADO

De acordo com a Pesquisa, 78,3% da extensão concedida avaliada teve o estado geral classificado como ótimo ou bom. Apenas 21,7% foram classificados como regulares, ruins ou péssimos.

Em 2015, foram percorridos 19.804 km (19,7%) de rodovias concedidas e 80.959 km (80,3%) de rodovias sob a gestão pública. Nas vias públicas, geridas pelos governos federal e estaduais, há uma situação inversa. A maior parte da extensão pesquisada (65,9%) apresenta algum tipo de deficiência no estado geral, sendo 38,7% regular, 19,4% ruim e 7,8% péssimo. Somente 34,1% da extensão pública foram classificadas como ótimas ou boas.

A diferença também ocorre nas outras variáveis. O pavimento das concedidas está ótimo ou bom em 79,5% da extensão avaliada; nas públicas, em 44,6%. O percentual de sinalização ótima ou boa é de 84,2% nas concedidas e de 39, 8% nas públicas. Em relação à geometria da via, 38,9% é o percentual de ótimo e bom nas concedidas e 18,8% nas públicas.

IMPACTO SOBRE O CUSTO

As condições gerais ruins das rodovias brasileiras reduzem a segurança de quem circula por elas, além de aumentar o consumo de combustível e o tempo de viagem, além do custo de manutenção dos veículos, de lubrificantes, de pneus e de freios.

Nas vias onde o pavimento é considerado péssimo, o aumento chega a 91,5%. Em rodovias ruins, o aumento é de 65,6%; em regulares, 41,0%. Nas rodovias com pavimento bom, o incremento foi calculado em 18,8%. Quando o pavimento é considerado ótimo, não há aumento do custo operacional.

Ao considerar a média de toda a extensão de rodovias avaliadas no Brasil, o impacto nesse custo operacional é de 25,8%, sendo que, nas vias públicas, o percentual é de 29,3% e nas concedidas, de 11,3%. O maior incremento no custo ocorre nas rodovias públicas da região Norte (36,7%), que tem muitos trechos com problemas graves no pavimento. E o menor se dá na malha concedida do Sudeste (7,6%).

Como o custo do transporte, com destaque para o rodoviário, impacta diretamente o preço final dos produtos comercializados no mercado nacional, o nível de preços do país é influenciado pelas condições não ideais da infraestrutura das rodovias.

Fonte: Resumo Pesquisas Rodovias Final.pdf

 
Neuto Gonçalves dos Reis
Diretor Técnico Executivo da NTC&Logística, membro da Câmara Temática de Assuntos Veiculares do CONTRAN e presidente da 24ª. JARI do DER-SP.
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