Maior parque privado de geração eólica do Paraná deve iniciar instalação em 2019

Publicado em
26 de Dezembro de 2018
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Complexo de Palmas II, que recebeu licença prévia do IAP, ficará próximo a subestação da Copel, com perda de energia na transmissão menor do que a de similares do Nordeste
 
Será construído no Sudoeste paranaense um dos maiores parques privados de geração de energia elétrica por fonte renovável do Sul do país. O Complexo Eólico de Palmas II recebeu autorização prévia concedida pelo Instituto Ambiental do Paraná e pode iniciar a fase de licenciamento para a instalação e operação. Composto por oito usinas em 16 mil hectares (área equivalente a meia Curitiba), o novo parque terá potência projetada para cerca de 160 Megawatts, 64 vezes superior à pioneira Usina Elétrica de Palmas, que integra o parque gerador da Copel e está em operação desde 1999.

A escolha da área para a instalação do complexo considerou a análise de estudos oficiais como os Atlas Eólicos do Estado do Paraná e do Brasil além de medições próprias que começaram a ser realizadas em 2009 pela dona do empreendimento, a Enerbios Consultoria em Energias Renováveis e Meio Ambiente. De acordo com o engenheiro e presidente da empresa, Ivo Pugnaloni, a vizinha pública Palmas I obtém resultados satisfatórios há 20 anos, mas tem torres de 47 metros, consideradas muito baixas e limitadoras da capacidade de geração.

“É uma jazida de vento em desenvolvimento que foi subestimada devido à baixa altura das torres instaladas até aqui. É uma região de 1.250 metros [acima do nível do mar], a altura de torres não pode ser similar à beira de praia, as aplicações devem ser diferentes”, avalia. “Nosso rotor deve ter 140 metros no parque piloto; é a nossa meta, mas podemos chegar a 160 alcançando fatores de capacidade similares ao Nordeste”, afirma o representante da empresa, que destaca a inovação com uso das torres mais altas empregadas no país. Pugnaloni completa afirmando que quando empreendimentos dessa natureza são instalados em platôs, no interior do continente, a elevação é essencial para conseguir uniformidade dos ventos e ampliar a geração. “Experiências em outros parques demonstram que diferenças de 20, 30, 40 metros podem aumentar a produção em mais de 20%”, destaca.

Segundo o presidente da Enerbios, o cronograma de instalação e operação estabelecido para o Complexo de Palmas II prevê as instalações iniciais já entre maio e junho de 2019 e a expectativa é para o início da completa operação comercial em janeiro de 2023. A energia gerada deve ser oferecida no mercado livre ou de curto prazo.

Cenário vantajoso
Além de apostar na altura, Palmas II tem ainda a vantagem de proximidade com a chamada rede básica de transmissão do Sistema Interligado Nacional. Distante apenas 30 quilômetros de uma subestação da Copel, o complexo pode levar vantagem quando o assunto é perda de energia em oposição ao que acontece com os parques eólicos do Nordeste, com distâncias que ultrapassam os três mil quilômetros. “ É uma grande diferença quando se pensa na energia que se perderá na transmissão. As nossas perdas tendem a ser a centésima parte do que ocorre na geração vinda do Nordeste. Podemos até gerar menos, mas o balanço econômico tende a ser mais favorável”, avalia o presidente da empresa responsável pelo futuro complexo.

Os investimentos previstos são da ordem de R$ 1 bilhão. Para conseguir o licenciamento definitivo, o Complexo Eólico Palmas II terá que atender a 29 condicionantes previstas na Licença Ambiental Prévia, consideradas adequadas pela empresa, que não acredita em dificuldades para o atendimento das exigências do IAP.

Localizada no município de Palmas, divisa com o estado de Santa Catarina, a área - arrendada a 50 produtores rurais – será aproveitada também para a manutenção, em paralelo, de práticas agrícolas como lavoura, pastagem e reflorestamento. Com a emissão da autorização inicial, ficam proibidas construções, terraplanagem ou desmatamento no local

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