Apesar de ter como um de seus ícones as imagens de contêineres em alto mar, a Maersk não quer mais ser conhecida apenas como uma empresa que transporta cargas marítimas. Ela passou a oferecer um serviço integrado de logística de ponta a ponta, com o transporte de cargas em contêineres pelo mar e por terra, para clientes brasileiros, argentinos e uruguaios.
“Agora somos uma empresa de logística”, afirma Antonio Dominguez, diretor-geral da Maersk na Costa Leste da América do Sul. Junto a outros executivos da empresa, ele aproveitou a feira Intermodal, realizada na semana passada em São Paulo, para anunciar que a A.P. Moller Maersklança a marca Maersk como um novo fornecedor integrado de logística. A estratégia resultou da fusão da Maersk Line com o negócio de gerenciamento de cadeia de suprimentos, anunciado em setembro passado.
A empresa passa a oferecer um conjunto de soluções, gerenciamento e serviços da cadeia de suprimentos, incluindo despachos alfandegários, rastreamento de mercadorias, gerenciamento de estoques e manuseio de terminais.
“Não somos mais apenas uma linha de transporte, reformulamos completamente a nossa empresa e desenvolvemos uma rede integrada de caminhões, ferrovias, terminais e navios”, afirma Dominguez. “Nosso objetivo é continuar construindo essa rede no Brasil, na Argentina e no Uruguai para fornecer soluções personalizadas aos clientes. O anúncio faz parte de uma estratégia que agora completa dois anos, mas o timing de tudo é perfeito, uma vez que a greve dos caminhoneiros paralisou o transporte em todo o Brasil no ano passado e, desde então, levou muitas empresas a procurar por uma empresa que integrasse todas as soluções”, ressalta.
A empresa está aberta a potenciais oportunidades de parcerias, investimento ou aquisição para consolidar sua rede integrada de terra a mar, de ponta a ponta da Costa Leste da América do Sul. No Brasil, a Maersk já fez investimentos e desinvestimentos, de navios a portos, que somam mais de US$ 4 bilhões desde 2008 (sem considerar a aquisição da Hamburg Süd, em 2017, que envolveu uma quantia divulgada de 3,7 bilhões de euros).
“Temos equipes especializadas em todas as áreas de gestão da cadeia de suprimentos. Então, por exemplo, se um cliente quer apenas o serviço de despachante aduaneiro, nós temos uma equipe dedicada para isso. Porém, se um cliente quer que a gente cuide de todo o planejamento logístico e necessidades de sua empresa, bem como gerenciar suas finanças comerciais, temos uma equipe para isso também”, afirma Gustavo Paschoa, diretor comercial da Maersk Costa Leste da América do Sul.
Pelas estimativas da Maersk, o mercado de logística global envolvendo transporte de contêineres, logística de contratos, agenciamento de carga tradicional e gerenciamento da cadeia de suprimentos, deve somar uma receita anual da ordem de US$ 615 bilhões.
Twill: plataforma digital de logística
A Maersk aproveitou a Intermodal também para lançar no Brasil o Twill, um provedor digital de logística que pretende atingir empresas de diversos tamanhos, mas que vai beneficiar fortemente clientes de pequeno e médio porte (PMEs) que precisam de ajuda para colocar um produto no exterior, conforme explica Fabio Britto (esq.), líder empresarial da plataforma de logística Twill. O objetivo dessa plataforma online é reduzir a complexidade do comércio internacional e oferecer aos clientes melhor controle de embarques, cotações, reservas, serviços de rastreamento, tudo com menos burocracia.
“Ao transportar produtos pelo Twill, as PMEs, por exemplo, terão acesso à nossa plataforma global e poderão mover as mercadorias da origem ao destino pela ponta dos dedos. É uma ferramenta poderosa e representa uma vantagem global diante da maneira que muitas PMEs fazem negócios atualmente”, diz Britto.
“Twill é perfeito para empresas que estão tentando vencer a complexidade de importar e exportar produtos. Vemos uma oportunidade fantástica com pequenas e médias empresas (PMEs) que ou têm um número baixo de pessoas tomando conta de logística ou sequer têm um departamento de logística, mas precisam ser competitivas globalmente”, explica Troels Stovring, CEO do Twill. “Twill, como o nome sugere, é como um tecido fortemente trançado que consolida diferentes filamentos de supply chain para tornar o transporte marítimo simples. É um momento animador para estar no Brasil, especialmente olhando para o comércio brasileiro, que deve crescer mais rápido em 2019 do que no ano passado”, afirma o executivo.
Como plataforma digital multitarefas, o Twill possibilita aos clientes reservar, gerenciar e monitorar seus embarques em alguns cliques, desde cotação e documentação até a entrega.