Má conservação de rodovias elevam em R$ 1,4 bi gasto anual de combustível, diz pesquisa

Publicado em
02 de Novembro de 2013
compartilhe em:

Os problemas causados pela má conservação das rodovias brasileiras são responsáveis por um gasto anual adicional de combustível de R$ 1,39 bilhão. A informação consta na pesquisa CNT (Confederação Nacional do Transporte) de Rodovias 2013, divulgada nesta sexta-feira (1º).

A pesquisa aponta que 63,8% das rodovias avaliadas apresentam alguma deficiência no pavimento, sinalização ou geometria. A pesquisa foi feita durante 30 dias em 96 mil quilômetros de estradas pelo país.

Segundo os dados, o acréscimo médio do custo operacional de transporte devido às más condições do pavimento das rodovias brasileiras é de 25%. No Norte, onde estão as piores pistas do país, esse percentual chega a 39%.

"Se o pavimento de todas as rodovias tivesse classificação ’boa’ ou ’ótima’, em 2013, seria possível uma economia de até 5% no consumo de combustível, o que representa 661 milhões de litros de óleo diesel (R$ 1,39 bilhão) e uma redução da emissão de 1,77 megatonelada de gás carbônico principal gás do efeito estufa", informou a pesquisa.

Ainda segundo a pesquisa, "rodovias deficientes aumentam o custo de manutenção dos veículos, além do consumo de combustível, lubrificantes, pneus e freios."

AUMENTO DE CUSTO POR PROBLEMAS EM RODOVIAS (CNT)

Norte 39,5%
Centro-Oeste 26,8%
Nordeste 25,5%
Sudeste 21,5%
Sul 19%
Média Nacional 25%

Problemas

A pesquisa mostrou que a situação das rodovias piorou neste ano. A CNT encontrou 250 ocorrências de pontos críticos em 2013, o que significa um aumento de 13% em relação ao ano anterior, quando foram 221.

A CNT explica que pontos críticos são "situações atípicas que ocorrem ao longo da via e podem trazer graves riscos à segurança dos usuários, além de custos adicionais de operação".

Entre as situação estão quedas de barreira, pontes caídas, erosões e grandes buracos.

A pesquisa ainda mostra que outros índices pioraram. Na sinalização, por exemplo, 67,3% da extensão pesquisada apresentou algum problema --1,1 ponto percentual a mais que do em 2012.

O pavimento tem deficiência em 46,9% do total avaliado, um ponto percentual a mais do que em 2012.

Em nota, a CNT explicou que o investimento autorizado pelo governo federal para as rodovias em 2013 é de R$ 12,7 bilhões, menos de 5% do que a confederação acredita ser o ideal para consertar as rodovias, que seria de R$ 355,2 bilhões.

Até o início de outubro, apenas 33%, ou R$ 4,2 bilhões, foram pagos até o início de outubro. Em 2012, o total autorizado foi de R$ 18,7 bilhões, mas apenas metade foi pago: R$ 9,4 bilhões.

Ampliar

As piores estradas federais do Brasil, segundo estudo da CNT9 fotos

4 / 9
Sinalização precária e parcialmente coberta em trecho da BR-174 (Mato Grosso): de uma extensão de 4.462 km, 2.030 km da malha rodoviária apresentam estado ruim ou péssimo Leia mais Divulgação/Arquivo CNT
Ampliar

As melhores estradas federais do Brasil, segundo estudo da CNT8 fotos

6 / 8
Falha na sinalização em trecho da BR-427, no Rio Grande do Norte. O estado geral da rodovia, contudo, é considerado bom. Com 199 km de extensão, a rodovia corta os Estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte Leia mais 
Boletim Informativo Guia do TRC
Dicas, novidades e guias de transporte direto em sua caixa de entrada.