O agronegócio brasileiro parece ter chegado a uma encruzilhada. Com os investimentos em tecnologia, a produtividade vem aumentando e gerando crescimento constante da produção de alimentos no País.
Mas o gargalo da logística está ficando cada vez mais estreito. Um estudo da Bunge divulgado nesta semana pelo DCI dá conta de que a agricultura brasileira perde nada menos do que US$ 5 bilhões todos os anos com a deficiência de estocagem e transporte.
O problema ficou ainda mais claro em 2012, quando produtores de suínos e aves de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além dos estados do nordeste, precisaram dos estoques de milho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) localizados no centro-oeste.
Até o momento, o mais de 1 milhão de toneladas do cereal não se moveu. Não existe estratégia para deslocar o produto, centralizado nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Produtores estão estocando o milho a céu aberto, pois não há armazéns suficientes para atender ao aumento da segunda safra do grão. Aliás, não há locais para estocar a produção de grãos em lugar algum do Brasil.
Tanto que todo ano, no período de colheita da soja, vemos repetirem-se as tradicionais longas filas de caminhões próximas ao Porto de Paranaguá, no Paraná, e ao de Santos, em São Paulo.
Apelidadas de "armazéns sobre rodas", essas filas ocorrem porque o produtor prefere colocar sua produção em cima dos caminhões e mandá-la para os portos, mesmo não tendo as guias de embarque necessárias para que os veículos sejam descarregados.
E o problema tende a aumentar na mesma proporção do crescimento de nossas safras.