Em tempos de pandemia causada pelo novo coronavírus, alguns setores aparecem como ainda mais essenciais -- e mais atrativos aos olhos dos investidores. A startup de logística CargoX captou uma quinta rodada de aportes para continuar a impulsionar sua solução que conecta caminhoneiros ociosos a cargas de empresas.
O investimento série E de US$ 80 milhões foi liderado pela gestora LGT Lightstone Latin America. A rodada também tem participação do banco Goldman Sachs e de fundos como Valor Capital e Farallon Capital. A CargoX já tinha captado US$ 96 milhões em rodadas anteriores.
Fundado em 2013, o aplicativo conecta corporações com necessidade de levar cargas a transportadores com caminhões ociosos – por exemplo, que não têm carga ao voltar de uma outra entrega. O objetivo é gerar eficiência na cadeia de logística: caminhões que não emitem gases poluentes estando vazios; motoristas e transportadores com mais receita; e fretes mais baratos para as empresas que querem transportar (ou embaracadoras).
A CargoX aos poucos leva mais soluções financeiras e tecnológicas ao seu marketplace de transportadores. Exemplos mais recentes são o financiamento para caminhões e um sistema de cotação automática de frete.
O fundador Federico Vega afirmou em comunicado que a crise de saúde existente tem acelerado a necessidade de digitalização desses players de logística. O aporte será usado para continuar o desenvolvimento de tecnologias que permitem uma operação online do transporte de cargas rodoviário.
As novidades serão fundamentais para a CargoX manter seu crescimento de 20% ao mês, mesmo já tendo números grandiosos. A startup de logística tem 400 mil caminhões conectados a seu aplicativo por meio de 20 mil transportadores, que atendem 9 mil empresas, como Ambev (bebidas), Unilever (bens de consumo) e Votorantim (indústria pesada).
Em 2019, a Cargo X facilitou sua rede de transportadoras a carregar cerca de R$ 80 bilhões em valor de fretes. Para 2020, a startup pretende dobrar o número de transportadores na sua rede e reduzir a ociosidade dos caminhões, que está em 30%.
O negócio ainda tem um grande mercado a explorar. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres, o Brasil tem cerca de 150 mil transportadoras e cada uma delas tem uma média de 7,6 caminhões. Muitos deles, prontos para levar itens essenciais a mercados e farmácias diante da atual pandemia.