Livro de auto-ajuda auxilia na carreira?, por Marcelo Mariaca*

Publicado em
20 de Outubro de 2011
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Há pouco tempo um executivo me encaminhou uma pergunta interessante: “os livros de auto-ajuda podem me ajudar a subir na carreira?”. Em sua mensagem, ele também levanta dúvidas sobre a eficácia de determinadas técnicas de motivação comumente usadas pelas empresas. Não há uma resposta única para essas questões, devido à grande variedade tanto de obras como de técnicas no mercado.

Há livros que colocam, em linguagem simples e atraente, teorias e ideias complexas que foram exploradas por outros escritores e de fato ajudam o executivo a ampliar seus conhecimentos e a motivá-los. Máximas de Peter Drucker e Tom Peters, por exemplo, se reencarnam sob nova roupagem em muitas obras dentro dessa categoria. Acredito que são úteis e podem ajudar na carreira, pois trazem informações e conselhos para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Uma vertente curiosa é a de autores que procuram em poetas, dramaturgos, gurus, profetas e líderes religiosos ensinamentos que podem se ajustar à rotina corporativa. Filmes, crenças orientais, física quântica, culinária e parábolas com animais e duendes são receitas usadas para transmitir mensagens positivas e mostrar a importância de certos comportamentos e atitudes, como trabalhar em equipe, adaptar-se ou antecipar-se às mudanças, buscar o aprendizado constante ou saber correr riscos calculados.

Artistas, atletas e outros profissionais de sucesso também se enveredam por esse caminho, procurando repassar estratégias e táticas vencedoras em sua área de atuação que possam inspirar o mundo corporativo.

Outra categoria são os motivacionais, que não se preocupam em fornecer informações para ampliar o nível de conhecimento das pessoas, porém, procuram transmitir mensagens simples, que possam elevar a autoestima ou o ânimo de quem precisa de estímulo para vencer desafios. São obras que não são voltadas para a vida corporativa.

Para alguns, livro motivacional é como canja de galinha para os doentes: se não cura, também não faz mal. Os mais críticos ironizam dizendo que os únicos a obter sucesso com esse tipo de literatura são os próprios autores, que ficam ricos com suas obras. Alguns até se tornam escritores profissionais.

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Os livros de auto-ajuda têm a função de contribuir para a superação de problemas, de vícios e fraquezas pessoais. Apesar dos críticos, podem de fato ajudar a levantar o astral das pessoas e apontar-lhes alternativas para sair do buraco em que encontram. Funcionam como um amigo que nos dá conselhos ou o terapeuta que nos estimula a ver as coisas de outra forma. Há público para todas as vertentes, assim como há quem prefira outra literatura.

Não se pode confundir, entretanto, livros de auto-ajuda com obras dirigidas aos executivos que buscam, também em linguagem acessível, reproduzir ou sintetizar regras, boas práticas, ensinamentos e conselhos.

Sobre a outra questão levantada pelo leitor ­­– as técnicas motivacionais usadas pelas empresas ­­–, falaremos em outra oportunidade.

 

Marcelo Mariaca é presidente do conselho de sócios da Mariaca e professor da Brazilian Business School.

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