Líderes caminhoneiros entrevistados pelo Poder360 afirmaram que a classe rejeita a convocação de manifestações feitas pelo cantor e ex-deputado Sérgio Reis para que presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), “aprove” o voto impresso e derrube os 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em até 72h.
Segundo Chorão, presidente da Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores), os caminhoneiros não vão se envolver em discussões políticas. “Isso quem tem que fazer é a população”, disse. O líder caminhoneiro afirmou que os organizadores dos protestos não devem envolver o nome da classe na organização das manifestações.
“Nós precisamos nos unir. Mas unir para as nossas demandas. Estamos conversando com vários setores para resolvermos os nossos problemas. Não nos envolvemos em pauta política. Nem a favor ou contra governo, nem a favor ou contra STF”, afirmou.
Disse que os organizadores da manifestação “nunca participaram de reuniões em Brasília para lutar pelo nosso segmento”.
Segundo José Ceccheto, presidente suplente do Sinditac (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga), a classe também não aderiu às manifestações convocadas por Sérgio Reis. “Não estamos junto nesta paralisação. Os caminhoneiros autônomos não vão apoiar”, afirmou ao Poder360.
Declaração
O cantor Sérgio Reis afirmou em declaração que enquanto o Senado não tomar uma posição, um grupo de manifestantes ficará em Brasília. “Se em 30 dias eles não tirarem aqueles caras [ministros do STF], nós vamos invadir, quebrar tudo, e tirar os caras na marra. A coisa está séria”.
No áudio, Sérgio Reis disse que tem feito reuniões com lideranças dos caminhoneiros, e que decidiram não fazer nenhum movimento no dia 7 de setembro, quando comemora-se a Independência do Brasil. “Nenhuma manifestação, pela data, pelo desfile, para não atrapalhar o presidente. Mas vamos parar em volta de Brasília”.
O cantor afirmou também que se reuniu em Brasília com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Defesa Walter Braga Netto e “generais do Exército, Marinha e Aeronáutica”. “São pessoas importantes, e eles não tinham ideia do que está sendo preparado pelos caminhoneiros, pela sociedade”