Litti teme proximidade da fundação contratada pela ANTT com o agronegócio
Nelson Bortolin
O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Ijuí (RS), Carlos Alberto Dahmer, o Litti, pediu “equilíbrio” e “justiça” aos representantes da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) na hora da elaboração da nova metodologia das tabelas de frete. Ele participou da terceira e última reunião, realizada pela fundação da Universidade de São Paulo, nesta quarta-feira (6) em Piracicaba.
A Fealq foi contratada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para propor adequações nas tabelas, serviço que deve ser concluído até 20 de julho. Antes das reunião com os caminhoneiros autônomos, a fundação já havia se encontrado com os embarcadores, no dia 4, e com as empresas e cooperativas de transporte, dia 5. “Me preocupa a grande proximidade da Fealq com o agronegócio”, disse Litti (veja no vídeo).
Ele ressaltou que o agronegócio é “inimigo poderoso” dos caminhoneiros e quer derrubar as tabelas com pisos mínimos de frete previstas na lei 13.703.
Durante a reunião, o presidente do sindicato também cobrou a ANTT. Segundo ele, a agência tem condições de fiscalizar o cumprimento da lei eletronicamente, barrando a emissão de Código Identificador de Operação de Transporte (Ciot) para operações pagas com valores abaixo dos da tabela. “Se até 20 de julho não houver a trava. Se o sistema não bloquear a emissão de conhecimento inferior ao piso mínimo, lhe garanto que as ruas vão dar resposta”, ameaçou.
EM VIGOR
Nesta quinta-feira (7), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, confirmou que a lei 13.703 está em vigor em todo o País e que todas as liminares obtidas contra elas, inclusive a da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) emitida no mês passado, estão suspensas.
A constitucionalidade das tabelas de frete será julgada pelo plenário do Supremo em data ainda não marcada.