POR QUE AET?

Publicado em
16 de Setembro de 2025
compartilhe em:
Quando falamos em Autorização Especial de Trânsito (AET), a primeira explicação que costuma surgir é simples:
 
“Acima de determinados limites de peso e dimensões, é obrigatório portar AET para transitar em vias públicas com veículos especiais e/ou transportando cargas indivisíveis.”
 
Embora tecnicamente correta, essa explicação é limitada. Ela reduz a AET a uma mera obrigação burocrática, quando na verdade sua razão de existir é muito mais relevante: compatibilizar a operação de transporte de cargas com peso e/ou dimensões excedentes com a capacidade estrutural e geométrica da via e garantir segurança para todos os usuários da rodovia.
 
1. Os Limites Não São Arbitrários
 
Os limites, abaixo, previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e na Resolução CONTRAN nº 882/21 não são números aleatórios.

  • 2,60m de largura,
  • 4,40m de altura,
  • 14,00m de comprimento - Veículos Unitários (Caminhão)
  • 19,30m de comprimento - Combinação de Veículos - (Caminhão Trator + Semirreboque),
  • 57 toneladas de PBTC (Peso Bruto Total Combinado)
Eles refletem a capacidade padrão das rodovias brasileiras, considerando:

  • Resistência de pavimentos e pontes (capacidade estrutural),
  • Geometria das vias (largura de faixas, gabaritos verticais de viadutos e passarelas, raios de curva)
2. A Função da AET
 
A AET é o instrumento administrativo que faz a ponte entre o transporte e a infraestrutura disponível.

Ela serve para:

  • Verificar se o veículo e a carga podem transitar com segurança no trajeto solicitado;
  • Definir condições de circulação (velocidade máxima, horários, necessidade de escolta, desvios);
  • Proteger a infraestrutura pública contra esforços acima do previsto em projeto;
  • Reduzir riscos para os demais usuários da via.
3. AET Não é Fim, é Meio
 
A necessidade de uma AET não existe apenas para “autorizar” o transportador, mas para assegurar que o transporte seja compatível com as condições reais da rodovia.

Ela é:

• Tração, porque impulsiona práticas seguras, padroniza limites e exige planejamento;
• Reboque, porque valida no final do processo que a operação está em conformidade.
 
4. Consequências de Ignorar a AET
 
Transportar sem AET não é apenas infração de trânsito, é um risco operacional e jurídico:
  • Pode causar danos à infraestrutura (com custos altíssimos de reparo para o transportador ou embarcador);
  • Pode resultar em acidentes graves, afetando terceiros;
  • Expõe a empresa a penalidades administrativas e judiciais, inclusive ações do Ministério Público por dano coletivo.
5. Uma Visão Sistêmica
 
Quando entendemos a AET sob essa ótica, ela deixa de ser um “custo burocrático” e passa a ser um elemento de gestão de risco e de competitividade:
  • Empresas que planejam bem o processo de obtenção da AET têm maior previsibilidade de prazo e custo;
  • A conformidade fortalece a imagem da empresa perante clientes e órgãos reguladores;
  • Operações bem estruturadas reduzem paradas, escoltas emergenciais e custos extras.
Conclusão
 
A pergunta “por que AET?” tem uma resposta simples — porque a lei exige —, mas uma explicação muito mais profunda:
 
Porque a AET é a garantia de que o transporte vai ocorrer em harmonia com a capacidade das rodovias e em segurança para todos.
 
Ela é um instrumento de equilíbrio entre o direito de transportar, a preservação da infraestrutura pública e a segurança coletiva.

Enxergar a AET dessa forma é o primeiro passo para transformar burocracia em estratégia operacional.

Quer saber mais sobre AET, fale com a LOGISPESA: 11-999905265
Boletim Informativo Guia do TRC
Dicas, novidades e guias de transporte direto em sua caixa de entrada.