Leilões de energia eólica precisam de previsibilidade

Publicado em
09 de Dezembro de 2016
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Os fornecedores de equipamentos para a indústria de geração de energia eólica precisam de previsibilidade na contratação de projetos pelo governo, afirmou Edgard Corrochano, diretorgeral da Gamesa no Brasil, durante evento de inauguração dos complexos eólicos Campo dos Ventos e São Benedito, da CPFL Renováveis.

A cerimônia, realizada na terça­feira, marcou a chegada da CPFL Renováveis os 2 GW de potência instalada em operação, ao mesmo tempo em que celebrou a entrega pela Gamesa de equipamentos para geração de 2 GW de potência desde sua chegada ao Brasil, em 2010.

“Precisamos ter 3 GW de energia eólica contratada por ano para manter a indústria ativa e sem interrupções”, disse Corrochano. O executivo afirmou
ter confiança de que o governo fará “o correto” no leilão de energia de reserva (LER) marcado para 19 de dezembro e vai contratar no mínimo esse volume
de energia da fonte eólica.

A disputa vai contratar projetos das fontes eólica e solar. O problema, no caso das eólicas, é que há uma limitação de escoamento da energia. Os Estados do
Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Bahia ficaram de fora da disputa, por não terem linhas de transmissão disponíveis para novos projetos.
Segundo os cálculos da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), esse cenário fez com que apenas 2 GW de energia eólica possam ser
habilitados para a disputa.

Questionado sobre essas limitações da conexão, Corrochano voltou a dizer que o governo precisa contratar um volume mínimo de 3 GW de eólicas na
disputa, para garantir que os seis fornecedores de equipamentos instalados no país tenham no mínimo 500 MW adicionais na carteira. “Acho que o
governo tem que fazer todo o possível para isso”, disse.

A expectativa de Corrochano é que a Gamesa tenha uma “fatia relevante” dos projetos contratados no leilão. “O preço sempre poderia ser melhor, mas
acho que remunera o risco e haverá investidores dispostos”, afirmou.

O plano da empresa, que atualmente tem 17% de participação no mercado de aerogeradores no Brasil, é chegar à liderança, superando a GE, que alcançou
uma fatia de 35% do mercado do país depois da aquisição da Alstom. O executivo, porém, não revelou qual o volume de projetos na sua carteira.
“Temos algumas centenas de MW para entregar nos próximos anos. Não posso falar o volume exato, mas temos um volume interessante até 2018”,
disse.
 

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