O primeiro caminhão autocarregável das Américas começa a operar nos Campos Gerais do Paraná com tecnologia sueca adquirida pela Klabin e adaptada em um veículo que atenderá, principalmente, o transporte de toras de madeira mais compridas. Essas toras, que alcançam 7,36 metros e são mais utilizadas para a comercialização, mas também atendem à demanda de produção industrial.
No mercado em geral, os caminhões permitem o transporte de madeira de até 6 metros em média, medida mais comum utilizada pelos setores. A tecnologia é um braço mecânico, equipado com diversas câmeras e sensores que transmitem vídeos ao vivo dos movimentos do braço e de todo o perímetro ao seu redor para um óculos 3D de realidade aumentada, utilizado pelo operador na cabine do caminhão.
Entre os principais ganhos que o novo caminhão traz está a capacidade de carga, que alcança até duas toneladas a mais de madeira quando comparado ao modelo que já existe no País, que possui uma cabine de operação do braço mecânico em cima do compartimento de carga. A substituição da cabine de operação pela tecnologia de realidade aumentada libera cerca de um metro de espaço para armazenamento. Com o novo caminhão, a empresa também reduzirá o uso de recursos como combustível e pneus, por não ter o peso adicional da cabine de operação do braço, que gera mais desgaste; e por descartar a utilização de outros dois veículos, necessários na operação tradicional.
O caminhão autocarregável também aumentará a segurança do operador em todo o processo, uma vez que a utilização dos óculos 3D permite que o colaborador carregue o veículo de dentro da cabine do caminhão, sem a necessidade de exposição ao meio externo para a troca de cabines, por exemplo, como ocorreria em um caminhão autocarregável tradicional. A tecnologia também permite o carregamento de outros veículos e descarrega a própria carga, agilizando as etapas finais.
A criação do projeto de adaptações da tecnologia para o caminhão e sua execução foram desenvolvidos pela equipe própria da Unidade Florestal da Klabin em parceria com o fornecedor. Além de desenvolver o formato ideal para acoplar o braço mecânico ao caminhão, as adaptações aumentaram a proteção dos cabos elétricos, reforçaram o equilíbrio traseiro do caminhão e foram responsáveis, principalmente, por manter o enquadramento do comprimento do veículo dentro das especificações da legislação brasileira, que prevê até 19,8 metros.