Kassab amplia veto a moto e a estacionamento de rua

Publicado em
24 de Maio de 2010
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Motos, caminhões e carros. Nenhum motorista vai ficar livre das restrições que a gestão Gilberto Kassab (DEM) quer impor ao trânsito de São Paulo até 2012.

O projeto mais ambicioso, anunciado à Folha pelo secretário Alexandre de Moraes (Transportes), é o de proibir o estacionamento nas ruas do centro expandido (áreas como Mooca, as marginais e a av. dos Bandeirantes), exceto em vias de menor fluxo.

Também haverá proibições em pelo menos um dos lados das principais vias de outras regiões. Em troca, serão criadas 32 mil vagas de estacionamento pagos em prédios administrados pela iniciativa privada. As ruas terão mais espaço para carros.

"A ideia é instalar pequenas garagens em 400 locais. Quando tiver isso, nós vamos retirar a Zona Azul que hoje está na rua", diz Moraes. Segundo ele, as garagens atenderão a um raio de 400 metros a 500 metros ao redor.

Até junho, a prefeitura vai contratar o projeto para, até o início de 2011, assinar o contrato para a construção das garagens. A partir daí, serão 18 a 20 meses de obras.

Já há restrições em vários bairros. Em Moema, comerciantes dizem que perderam clientes -estacionar nas ruas foi proibido mesmo sem a construção das garagens.

Moraes diz que as medidas vão continuar, independentemente das novas garagens.

Essa é apenas uma das restrições. A ideia é também proibir as motos de circular na av. 23 de Maio, na Radial Leste e nas marginais Tietê e Pinheiros. Como alternativa, haverá faixas exclusivas para motos em vias paralelas.

E em julho será proibido o tráfego de caminhões na av. dos Bandeirantes, ao menos no pico da manhã -a prefeitura estuda se ampliará o veto. Outra novidade de julho será a restrição aos caminhões com cargas perigosas.

Desde o início de seu mandato, a gestão Kassab tenta impor medidas mais restritivas para o trânsito da cidade.

Em alguns casos, o prefeito recuou. Foi o caso do anúncio de faixa para motos na 23 de Maio, do fim do rodízio no mês de julho e da proibição de ônibus fretados na av. Luiz Carlos Berrini.

ORGANIZAÇÃO

Moraes nega que a política do governo seja de restrições. Ele prefere chamar de "organização da cidade".

É a mesma opinião de José Bento Ferreira, professor da área de transportes da Unesp de Guaratinguetá.

"Restrições nunca são desejáveis, mas neste caso podemos chamar de ordenação do trânsito", disse Ferreira. 

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