A JSL desenvolveu “rotas atrativas de crescimento que avançam independentemente da economia como um todo”
“O mercado costumava enxergar a JSL (JSLG3) como uma empresa a ser somente beneficiada se o PIB do Brasil mostrar expansão”. A avaliação permeia relatório do BTG Pactual sobre a JSL, no qual o banco lista recomendação de compra às ações em início de cobertura. O preço-alvo dos papeis é de R$ 24 – potencial de valorização de 43,6% conforme o fechamento desta quarta-feira (9).
Para o BTG Pactual, o crescimento da receita da companhia ainda depende, em especial dentro da divisão de logística, da expansão da atividade econômica. Por outro lado, a JSL desenvolveu “rotas atrativas de crescimento que avançam independentemente da economia como um todo”.
Neste contexto, a receita da empresa dobrou entre 2013 e 2019, período no qual o PIB do Brasil permaneceu praticamente estável, destacam os analistas Lucas Marquiori e Renato Mimica.
Movida
A Movida é uma subsidiária da JSL no segmento de alugueis e venda de carros (Imagem: Instagram da Movida)
Irreversível
O banco acredita que a terceirização da frota de automóveis dentro da realidade empresarial é “uma tendência irreversível” e, desta forma, “a JSL é uma escolha certa para se beneficiar via subsidiárias Movida (MOVI3), Vamos e CS Brasil – negócios dependentes da terceirização”.
Pela maior dependência destes negócios dentro da composição da receita (aproximadamente 71%), o BTG Pactual destaca que a JSL depende mais de contratos com preços fixos, ajustados pela inflação e de longo prazo ao invés de depender de um crescimento do volume por parte da demanda, dentro da divisão logística.
“A Movida, a Vamos e a CS Brasil são operadoras de contratos de longo prazo, com margens de lucro superiores, cuja expansão contribuirá para o crescimento das margens da JSL”, apontam Marquiori e Mimica.
JSL
A empresa também dispõe de serviços para toda a cadeia de suprimentos
Líder
Em contrapartida, apesar da participação reduzida da divisão logística dentro da composição da receita da JSL, a companhia é a operadora líder no Brasil desde 2002 e opera em 18 diferentes setores, “o que mitiga o risco de exposição à uma indústria específica”, diz o documento.
Outro ponto destacado pelos analistas foi a capacidade de crescimento da JSL dentro do setor logístico e para outros segmentos de transporte. Como exemplo, o BTG Pactual ressalta que a companhia adquiriu a Movida em 2013 quando tinha frota de 2,4 mil veículos e, hoje em dia, conta com mais de 100 mil.
Desalavancagem
A recuperação da indústria automotiva também deverá beneficiar a JSL em todos segmentos de atuação. Neste cenário, o banco destaca a relação de longa data da empresa com montadoras, ao citar os contratos logísticos de mais de 20 anos com a Ford e a Volkswagen.
Por último, os analistas elogiam a desalavancagem ao longo dos anos e a projeção de queda na relação entre dívida líquida e Ebitda (geração operacional de caixa), passando de 5 vezes em 2016 para 4,2 vezes em 2019 e com expectativa de queda para 3,7 vezes; 3,5 vezes e 3,3 vezes no decorrer do triênio de 2019 a 2021, respectivamente.