Para presidente do Sindaport, mudança é positiva, mas não gera expectativas que o envolvimento político nos cargos da administração portuária acabe
Como já era esperado, depois de algumas modificações – parte do processo de reestruturação dos quadros da pasta iniciado pelo novo ministro dos Portos, Helder Barbalho – a Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) contará com uma nova gestão a partir desta semana.
O engenheiro Angelino Caputo e Oliveira deixa o cargo para ser substituído pelo também engenheiro José Alex Botêlho de Oliva, ex-diretor da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).
Para o presidente do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos, a mudança é positiva, porém não gera expectativas de que o envolvimento político nos cargos da administração portuária acabe. “Nós estamos vendo com bons olhos essas mudanças, apesar de não termos nenhuma expectativa de que acabe o envolvimento político na administração portuária, que eu sei que não vai acabar”, diz.
Porém, o dirigente sindical ressalta como benéfica a atitude do novo ministro em fazer uma “faxina” na companhia docas. “Isso é muito positivo”, acrescenta. Santos destaca ainda a importância de que a partir de agora os desafios nesse percurso sejam cumpridos. “O que nós esperamos é que a questão da autonomia na administração portuária seja resolvida, assim como a questão da dragagem e das licitações”, diz, acrescentando ainda a importância de não mexer na relação capital –trabalho, o que, segundo ele, era feito pelas administrações anteriores.
Para o sindicalista, as mudanças nesses últimos 20 anos foram todas ligadas a cargos políticos, o que hoje já é um diferencial de Helder Barbalho, que está trocando a maioria dos cargos nas pastas da administração portuária. “Nós queremos o compromisso deles na primeira reunião que nós vamos realizar. E nós queremos também que aja a modificação nos 15 cargos de confiança que vem desde a gestão do Lula”, finaliza.
Vale lembrar que desde que o ministro assumiu o cargo, no último dia 6, ele nomeou novos ocupantes para mais de 20 postos. Em Brasília, o comentário é que o Planalto passou a pasta para Barbalho com “a porteira fechada”, ou seja, com a possibilidade de mudar quem desejasse.
Procurada, até o fechamento dessa nota a Codesp ainda se encontrava de portas fechadas em reunião com o Consad (Conselho de Administração) e não tinha uma posição sobre a mudança.