O setor de biodiesel deve receber mais de R$ 7 bilhões em investimentos nos próximos 10 anos. É o que mostra um estudo da Fundação Getúlio Vargas, encomendado pela União Brasileira de Biodiesel (UBRABIO). No entanto, de acordo com especialistas, o Programa Nacional de Biodiesel não tem critérios definidos de atuação. Isso dificulta o avanço do setor, principalmente da agricultura familiar, que responde hoje por 20% da matéria-prima usada pela indústria.
Com 60 usinas no país, o setor de biodiesel no Brasil está preparado para atender ao crescimento da demanda até 2014. Isso já considerando a adição de 10% no diesel convencional, o chamado B-10. Atualmente, a mistura é de 5% e a expectativa é chegar a 20%até 2020.
Nos próximos 10 anos, os investimentos para aumentar a produção devem passar de R$ 7 bilhões. Com isso, a capacidade produtiva saltaria de 5,1 bilhões de litros para 14,3 bilhões. Os números estão em um estudo apresentado pela FGV. Os dados confirmam que a indústria de biodiesel tem conseguido atingir as metas antes do previsto no programa nacional. Para representantes da cadeia produtiva, a velocidade com que o setor cresce já mostra a necessidade de um novo marco regulatório.
- A capacidade produtiva de biodiesel existente no Brasil hoje já é suficiente para implementarmos a mistura de 10% sem problemas - afirma o presidente-executivo da UBRABIO, Odacir Klein.
Este ano a indústria brasileira deve produzir 2,4 bilhões de litros, o que representa 47% da capacidade instalada. Para o coordenador de projetos da FGV Projetos, Cleber Guarany, utilizar mais essa capacidade depende de critérios mais definidos como, por exemplo, a participação da agricultura familiar na cadeia produtiva