Infraestrutura atrai mais fabricantes para o País

Publicado em
30 de Março de 2010
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A aceleração da infraestrutura brasileira, com o anúncio do R$ 1,5 trilhão para a segunda etapa do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), anima estrangeiras do setor de equipamentos a expandir sua capacidade produtiva e implantar novas fábricas para atender a demanda aquecida de obras. Otimista com o cenário, a Terex Latin America, subsidiária de empresa norte-americana fabricante de equipamentos para construção, anuncia a implantação de mais uma planta no Rio Grande do Sul (RS), com investimentos da ordem de R$ 150 milhões, nos próximos cinco anos, que devem gerar 650 novos postos de trabalho. "Nossa fábrica atual trabalha em sua capacidade máxima e a perspectiva destes projetos de longo prazo na área de infraestrutura nos fez decidir pela nova planta, esta, dez vezes maior", afirmou ao DCI, André Freire, presidente da Terex para a América Latina. Ele incluiu o PAC, o pré-sal e a Copa como os principais indutores do avanço.

O presidente da companhia informou que o protocolo de intenções assinado com o governo gaúcho, prevê o início das operações para daqui a 12 meses, ou seja, até a metade de 2011. "Inicialmente produziremos as mesmas linhas já fabricadas em Cachoeirinha (RS), voltadas para a construção de estradas. Porém, a intenção é agregar novos produtos ao longo dos anos."

A decisão da nova planta, surgiu da necessidade da companhia em incrementar os negócios nos mercados de maior crescimento, entre eles o Brasil e a América Latina. "Para se ter uma ideia, o desempenho mundial foi difícil, com queda de 50%. Na contramão, as operações brasileiras aumentaram 15% e da América Latina como um todo, avançaram 5%", contabilizou Freire.

Para este ano, a expectativa é repetir o desempenho positivo, com o mercado interno compensando a perda das exportações.

Em 2009, a Terex faturou mundialmente US$ 4 bilhões, sendo a fatia a Terex Latin America US$ 350 milhões, tendo o Brasil como seu principal mercado na região.

Capacidade - Com a perspectiva de investir em torno de R$ 15 milhões nos próximos cinco anos, a Ciber Equipamentos Rodoviários, também do Rio Grande do Sul, crê na ascensão da produtividade no período. A companhia integra o grupo alemão Wirtgen.

De acordo com Walter Rauen, diretor presidente da Ciber Equipamentos, a expectativa é de que a empresa mantenha o ritmo de ascensão no período que entra - nos últimos cinco anos, elas cresceu uma média de 20% anualmente, mesmo com a recente turbulência econômica.

"Temos aí pela frente projetos que surgirão em decorrência do PAC-2, da Copa e das Olimpíadas", analisou ao revelar que a planta fabril da Ciber tem hoje capacidade para dobrar a produção atual. A empresa é especializada na montagem e a fabricação de equipamentos usados na pavimentação, construção e manutenção de rodovias. "Também Vemos um avanço nas artérias [estradas] de escoamento da produção agrícola", acrescentou.

Rauen explicou que a estrutura atual da companhia pode dar conta dessa demanda iminente, mas enxerga a possibilidade de incremento da estrutura a longo prazo. "Daqui a quatro ou cinco anos, se o crescimento continuar nesse ritmo, devemos que pensar em uma nova planta", revelou o executivo ao dizer que isso pode ocorrer pela necessidade de nacionalização de linhas de produtos que virem a ser interessantes para a América Latina.

A Ciber Equipamentos foca os negócios no Brasil, América Latina e África, tendo um faturamento em torno de R$ 300 milhões. Mundialmente o Grupo Wirtgen fatura 1,3 bilhão de euros.

Ventilação - Especializada em máquinas de ventilação, a Ebmpapst Brasil atua nos setores de indústria, transportes, varejo e construção. A aceleração da infraestrutura deve ampliar a fatia desse mercado nos negócios. "Eu diria que a construção representa hoje entre 5% e 10%, podendo subir para 20% nos próximos meses", disse Rafael Casanova, coordenador de Vendas da América Latina. Ele revelou que o avanço das obras no País e a solidez econômica podem acelerar a instalação de planta da alemã Ebmpapst por aqui (hoje os produtos são importados). "Temos o projeto de uma futura planta no Brasil, o que pode ocorrer dentro de dois anos." E acrescentou que "com uma fábrica local poderíamos quintuplicar os ganhos, que hoje são de 10 milhões de euros. Mundialmente a Ebm fatura 1 bilhão de euros".

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