Indústria de implementos rodoviários fecha 2012 no negativo, mas tem expectativa de crescimento para 2013

Publicado em
18 de Março de 2013
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A indústria de implementos rodoviários deve crescer 6,59% este ano. A estimativa é da ANFIR – Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Fone: 11 2972.5577), que acredita que a estabilidade nas regras de financiamento do Finame e o apoio à produção dada pelo governo deverão ajudar na recuperação dos negócios.

As expectativas dentro da Associação são de que o segmento leve (carroceria sobre chassis) cresça 7,53%, se comparado com 2012, passando de 107.871 para 116.000 produtos vendidos. E que o segmento pesado (reboques e semirreboques) cresça 4,67%, o que representaria 55.000 unidades comercializadas, ante as 52.543 de 2012.

“Trabalhamos com a perspectiva, nesse primeiro momento, de que o crescimento do mercado seja entre 6,5% e 7%. Essa é uma estimativa mais moderada, porque, apesar dos indicadores e as condições macroeconômicas estarem voltadas para um viés bastante positivo, não queremos prometer algo muito mais forte. Mas acreditamos que um patamar de crescimento de até 10% não será nenhum exagero”, explicou Alcides Braga, presidente da ANFIR.

“Entre os pontos mais importantes que devem sustentar nossa previsão de crescimento estão às regras de financiamento estáveis, que o BNDES definiu até dezembro, algo inédito para o setor, e que vai ajudar o cliente a se posicionar melhor e distribuir os seus investimentos ao longo das necessidades do ano, e o anúncio feito pelo governo federal de medidas destinadas a beneficiar o setor de construção civil, com a substituição da contribuição de 20% sobre a folha de pagamento por outra de 2% sobre o faturamento”, completou ele.

O balanço da indústria de implementos rodoviários em 2012 não foi positivo. O mercado encerrou o ano com uma queda de 15,94% em seu desempenho. O segmento leve apresentou no período uma queda de 17,9% com relação aos resultados de 2011. Já no segmento pesado a retração foi de 11,6% comparado com o mesmo período de 2011.

Em números absolutos, as porcentagens representam que o mercado vendeu no ano passado 160.414 unidades, contra 190.823 comercializadas em 2011, sendo que 107.871 foram do segmento leve (ante 131.382 no ano anterior) e 52.543 no segmento pesado (ante 59.441 produtos em 2011).

Para Braga, a queda nas vendas se deveu a dois fatores essenciais: as diversas alterações nas regras de financiamento do Finame e o desempenho econômico abaixo do esperado.

“Consideramos alguns pontos como essenciais para explicar esse movimento negativo em 2012. As quatro alterações que o PSI teve ao longo do ano fez com que as carteiras mudassem muito. Quando o cliente estava se reposicionando para aferir o novo beneficio, a nova regra se empunha sobre a anterior. Esse foi um dos pontos essenciais para esse desempenho: a falta de regras mais clara para os financiamentos. Outro ponto foi o desaquecimento industrial que contribuiu para a retração dos negócios”, afirmou Braga.

Entre os reflexos desse mau desempenho da indústria de implementos rodoviários está a queda no nível de emprego do setor. “A maioria das empresas teve de se adequar à realidade daquele momento, então tivemos notícias de demissões, mas já temos perspectivas de que o nível de emprego volte às condições normais este ano”, explicou Braga.

Em janeiro último, o mercado começou a mostrar sinais de recuperação do fraco desempenho do ano passado. Reboques e semirreboques fecharam o mês com um crescimento de 38,21%, se comparado com 2012. Já carroceria sobre chassis melhorou seu desempenho, mas ainda obteve um saldo negativo, fechando com uma queda de 7,82%.

A Anfir, segundo o presidente, ainda estuda as razões para o segmento leve ainda não ter entrado no azul.

“O segmento leve cresceu um pouco, melhorando a queda, mas ainda fechou negativo em 7,58% com relação há dois anos. Ainda estamos num debate sobre os motivos dessa baixa redução. Mas, de um modo geral, janeiro veio no embalo dos últimos meses do ano passado, em que o mercado já começava se recuperar”, afirmou Braga.

Questionado sobre se a regulamentação dos motoristas teria influenciado os resultados do segmento pesado, o presidente da Anfir disse acreditar que essa é uma tendência natural, mas que ainda é cedo para que esse reflexo apareça.

“Existe uma lógica que diz que com a Lei dos Motoristas vai surgir a necessidade de novos equipamentos e que haverá um repasse de frete para os embarcadores. A tendência é que tenhamos mais produtos que atendam essa norma, mas ainda não temos reflexo disso nos números, porque ainda não é uma norma que está em pleno uso”, explicou ele.

DESAFIO ANFIR
Além de apresentar os resultados do setor no último ano e as expectativas para 2013, a Associação também lançou o “Desafio ANFIR”, prêmio destinado a reconhecer a pesquisa acadêmica brasileira direcionada ao segmento de implementos rodoviários.

Com o tema “Implemento rodoviário do futuro: transportando a produção brasileira”, o “Desafio ANFIR” é voltado para estudantes do último ano dos cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção, Mecatrônica, Design Industrial e Design de Produtos. Ele tem como objetivo aproximar o mercado das universidades, e levar para o setor mão de obra capacitada.

“Essa é uma iniciativa muito importante em termos históricos, que visa enfrentar a falta de qualificação do nosso setor como um todo. Somos uma indústria importante, mas que o público geral desconhece”, disse Braga.

Para participar, os estudantes devem se reunir em grupos de dois a cinco pessoas e apresentar um projeto inovador ligado ao segmento. Os três primeiros colocados, assim como suas respectivas universidades, receberão prêmios em dinheiro que variam de R$ 6 mil, R$ 4 mil e R$ 2 mil.

“O Prêmio é de âmbito nacional. Queremos reconhecer o talento desse jovem estudante como força inovadora e, também, buscar novas tecnologias e ideias dentro desse celeiro universitário”, destacou Braga.

O regulamento do “Desafio ANFIR” pode ser encontrado no site da Associação (www.anfir.org.br).

 




 
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