Implementos rodoviários: carrocerias sobre chassis sustentam crescimento das vendas

Publicado em
13 de Outubro de 2011
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O segmento de implementos leves (carrocerias sobre chassis), de menor rentabilidade, está sustentando o crescimento do volume de vendas do setor este ano. Segundo dados divulgados pela associação dos fabricantes, a Anfir, de janeiro a agosto as empresas produtoras de implementos rodoviários registraram crescimento de 19,26%, com 126.499 unidades entregues, contra 106.073 no mesmo período de 2010. No segmento pesado (reboques e semirreboques), no entanto, o porcentual de expansão é bem menor: 8,27%. Já as entregas de carrocerias avançaram 25,15% nos primeiros oito meses de 2011.

O comportamento do mercado, segundo explica a Anfir, reflete as antecipações de compras de cavalos mecânicos com motor Euro 3, motivadas pela entrada em vigor, a partir de janeiro de 2012, da norma de emissões Proconve P7, que obrigará todos os veículos diesel vendidos no País a usar motores Euro 5, aumentando os preços dos caminhões de 10% a 15%, conforme estimativas dos fabricantes. Com isso, os frotistas estão adquirindo mais caminhões e adiando a compra de reboques e semirreboques.

Por outro lado, as legislações municipais restritivas à circulação de caminhões nos centros urbanos favorecem a comercialização de implementos leves, com instalação carrocerias sobre chassis de veículos comerciais leves e pequenos caminhões.

“Os produtos de menor valor agregado são importantes porque dão o suporte necessário à movimentação da economia dentro dos centros urbanos, mas são os reboques e semirreboques que distribuem a carga em um país de dimensões continentais como o nosso”, pondera Rafael Wolf Campos, presidente da Anfir. Como o Brasil não dispõe de outro vetor de distribuição de carga tão amplo como o transporte rodoviário, o dirigente alerta para um possível colapso do sistema. “A equação é simples: sem crescimento da frota de implementos e sem renovação dos equipamentos atualmente em uso aumenta o risco de interrupção do fluxo de distribuição de mercadorias”, explica.

No segmento de reboques e semirreboques, as maiores altas das vendas em 2011 são de modelos carrega-tudo (46,52%), basculantes (39,42%) e porta-container (37,51%), e as maiores quedas são de tanque de alumínio (-78,57%), transporte de toras (-41,1%) e baús frigoríficos (-19,56%).

No segmento de chassi sobre carrocerias não foram registradas quedas em nenhum dos modelos, e as entregas que mais cresceram foram as de betoneiras (75,61%), baús lonados (32,52%) e basculantes (32,45%).

Mercado internacional

As vendas de implementos ao mercado externo seguem em ritmo estável. De janeiro a agosto foram exportadas 2.126 unidades, crescimento de 11,18% sobre o mesmo período de 2010. “O setor deve crescer aproximadamente 11% com relação ao resultado apurado no ano passado”, prevê Mario Rinaldi, diretor executivo da Anfir. A taxa de câmbio não favorece a competitividade do setor no mercado externo.

Na outra via, a importação, a Anfir teme a concorrência predatória. “O setor não é contra a concorrência internacional, mas queremos que todos tenham as mesmas condições de disputar o mercado”, diz o presidente da entidade, alertando para a montagem de implementos em regime de CKD, que para ele representa concorrência desleal. “O setor é formado por praticamente 100% de empresas nacionais, que recolhem impostos e geram empregos no Brasil. O competidor estrangeiro é bem-vindo desde que opere nas mesmas condições das demais indústrias do setor”, afirma.

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