Iluminação variável desafia segurança no setor de transportes, por Sergio Fukushima*

Publicado em
12 de Novembro de 2013
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Em questão de segundos, trens e ônibus passam de túneis pouco iluminados a áreas externas com luz natural intensa, e automóveis rasgam a escuridão com o farol alto, colocando à prova as câmeras de monitoramento

Gostamos de pensar que temos tudo sob controle e preferimos ignorar possíveis ameaças à normalidade. Ao estudar e definir um projeto de videomonitoramento, é tentador padronizar os cenários e buscar respostas genéricas, independentemente das variações que venham a ocorrer ao longo do uso daquele sistema. Mas, no setor de transportes, um elemento que frequentemente desafia as previsões é a condição de luz.

Quando uma câmera está instalada numa área externa ou voltada para uma área externa, haverá variação de iluminação. É isso o que acontece, por exemplo, quando a câmera dentro de um aeroporto está voltada para a fachada de vidro, tendo que lidar com toda a variação de intensidade de luz ao longo do dia. Ou quando está num terminal de ônibus mostrando quem embarca na plataforma e quem é o motorista atrás do volante. Devido a uma exposição muito alta à luz, essas imagens capturadas durante o dia podem parecer saturadas.

Para complicar, é possível inclusive ter uma fonte de luz extremamente intensa e breve contra a câmera, a exemplo de uma rodovia em que os veículos se aproximam à noite com faróis acesos e em alta velocidade. Essa é uma situação bastante desafiadora para uma câmera que precisa capturar imagens para fins de leitura de placas, visualizando bem tanto os objetos situados atrás da fonte de luz quanto à sua frente. Por conta dessa passagem abrupta da escuridão à luz intensa, os objetos em diferentes planos podem aparecer com altíssimo contraste, o que piora a qualidade da imagem.

Nesses cenários, o tempo de resposta da câmera para se ajustar à nova condição de iluminação é crítica. Se a câmera passar 3 ou 4 segundos para equilibrar a imagem, provavelmente alguns veículos já terão passado e deixado a câmera comendo poeira.

Quando a luz solar incide diretamente, podem-se criar sombras profundas e indesejáveis. Isso ocorre com frequência em aplicações em transportes. Imagine um trem alternando seu trajeto entre ambientes sobre a superfície (luz natural direta), nas plataformas (luz artificial abundante) e embaixo da terra (luz escassa).

Também em caso de atividade criminal registrada por essas câmeras, é essencial que a imagem possa ser utilizada para identificar pessoas, objetos e veículos em questão. O detalhe pode ser facilmente perdido quando uma imagem está sobre ou sub exposta devido à incapacidade de a câmera deixar todos os aspectos da cena visíveis. Há portanto uma necessidade por câmeras de segurança que trabalhem eficientemente em áreas escuras e extremamente brilhantes.

Atualmente, a tecnologia mais avançada disponível no mercado para responder a essas condições desafiadoras de iluminação se chama Wide Dynamic Range (WDR) com dynamic capture, ou Amplo Alcance Dinâmico com captura dinâmica. Qual é a mágica? Basicamente, a câmera capta várias imagens com tempos diferentes de exposição, e em seguida realiza um processamento avançado. Assim, nenhuma parte da imagem sai escura ou clara demais.

Naturalmente, a importância dessa tecnologia depende do uso. No setor de transportes, para leitura de placas numa rodovia ou instalação no interior de um ônibus, que vai passar por túneis e ruas abertas, ela é indispensável. Em todos os casos, o WDR com captura dinâmica representa um passo à frente no caminho para um mundo mais seguro e inteligente.

 

* Sergio Fukushima é gerente técnico da Axis para a América do Sul.

 

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