A fiscalização nos postos de pesagem é fundamental para garantir a segurança nas estradas e o cumprimento das normas de transporte rodoviário de cargas. No entanto, é preciso chamar a atenção para a forma como essa fiscalização é conduzida, principalmente pelos fiscais da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Muitas vezes, esses profissionais parecem não ter a capacitação técnica nem o preparo necessário para lidar com os condutores, agindo com arrogância e sem empatia. É imperativo que a fiscalização seja realizada de maneira correta, mas também de forma humanizada, levando em consideração tanto o cumprimento da legislação quanto o respeito às pessoas envolvidas.
É inegável que a fiscalização dos pesos das cargas é crucial para garantir a segurança nas estradas e a justiça no setor de transporte rodoviário. No entanto, essa fiscalização não pode ser realizada de forma punitiva e desrespeitosa. Os condutores, que são profissionais responsáveis por movimentar a economia do país, merecem ser tratados com dignidade e respeito durante o processo de fiscalização.
É importante ressaltar que erros na pesagem, por falhas na execução da operação, são frequentes. No entanto, o que se observa é a ausência de humildade por parte dos fiscais e a falta de orientação necessária para mitigar essas ocorrências. Ao invés de agir como parceiros dos condutores e auxiliá-los na correção dos erros, os fiscais muitas vezes trabalham com a presunção de que todos são infratores, gerando uma atmosfera de desconfiança e animosidade.
A ANTT e outros órgãos responsáveis pela fiscalização nos postos de pesagem devem investir na capacitação técnica e no preparo emocional de seus fiscais. Além de conhecer a legislação, é essencial que esses profissionais sejam treinados para lidar com os condutores de forma empática, orientando-os corretamente e esclarecendo eventuais dúvidas. A humanização da fiscalização não significa abrir mão do cumprimento da lei, mas sim realizar esse cumprimento de maneira justa e respeitosa.
A necessidade de humanização da fiscalização nos postos de pesagem ganha ainda mais relevância quando consideramos exemplos reais, como o caso ocorrido na balança de Paracambi - RJ, na última quinta-feira. Nessa situação, devido a uma falha na execução da pesagem, um guindaste ficou retido por mais de 20 horas. Infelizmente, durante todo esse tempo, o condutor do veículo enfrentou dificuldades para demonstrar que o problema era decorrente da pesagem e não havia qualquer ilegalidade relacionada ao veículo e sua documentação. A falta de tratamento adequado por parte dos operadores da balança e dos fiscais da ANTT é um exemplo concreto de como a humanização é essencial nessas situações.
No caso específico ocorrido em Paracambi, mesmo com o condutor do guindaste se esforçando para explicar a falha na pesagem, ele não recebeu o tratamento adequado nem dos operadores da balança, nem dos fiscais da ANTT. Apesar de o veículo pesar apenas 45 toneladas, as três pesagens realizadas apresentaram resultados completamente divergentes. Na primeira pesagem, o peso registrado foi de 48.760 kg, na segunda foi de 49.700 kg. Somente na terceira pesagem, realizada a pedido da Logispesa, e com relutância por parte dos fiscais, a balança apresentou um resultado próximo ao peso real. A variação significativa nos resultados deveria ter sido motivo suficiente para os fiscais agirem com humildade e sem a arrogância comumente observada.
Esse exemplo real destaca a necessidade urgente de que os fiscais atuem com humildade, empatia e respeito durante as operações de fiscalização nos postos de pesagem. Ao invés de assumirem uma postura de autoridade absoluta, é fundamental que os fiscais considerem as possíveis falhas do processo e estejam dispostos a ouvir e entender as preocupações e argumentos dos condutores. Somente assim será possível garantir uma fiscalização justa, evitando transtornos desnecessários e demonstrando que o objetivo principal é o cumprimento da lei e não a busca por "culpados".