A comentarista de economia diz que só dois projetos dão lucro, o Paris-Leon e o Tóquio-Osaka, mas outros ainda precisam de muito subsídio do governo.
Na semana passada, eu entrevistei o Bernardo Figueiredo, que é presidente da empresa de planejamento e logística que vai tocar o projeto do trem-bala, e ele tinha dito que provavelmente poderia ser adiado, contando que vários grupos estavam pedindo para ser adiado. Só que ele falou que seria adiado por, no máximo, três meses e, de repent,e ficou para o final do ano que vem, sendo que o leilão das obras da loteria para 2015, ou seja, fica realmente para o próximo governo, o próximo mandato.
No mundo inteiro há muita controversa sobre esse projeto do trem-bala. Ele tem vários problemas. Por exemplo, dos que estão atualmente em operação, só dois dão lucro mesmo, que é o Paris-Leon e o Tóquio-Osaka. Mas os outros ainda estão amortizando, ainda dão prejuízo, precisam de muito subsídio do governo. São obras que não se sabe muito bem se vão terminar.
Aqui, o Brasil fez uma separação sobre a obra e operação, exatamente para reduzir o risco do operador. E no operador, a EPL entra com 49%, ainda vai entrar o BNDS, ainda vão entrar os Correios, fundo de pensão. Na verdade o grande risco é nosso, do contribuinte. E essa é a dúvida sobre se essa é a melhor coisa a fazer nesse momento.
O Brasil tem várias prioridades de mobilidade urbana. A gente vê que essa é uma questão dramática no país, não só dos metrôs, mas veículos leves sobre trilhos, outras soluções que o país tem que pensar para as cidades.
O custo, em 2008, falaram em R$ 12 milhões, depois R$ 20 milhões, depois R$ 33 milhões, R$ 38 milhões agora e, no mercado, as pessoas falam que vai ficar em mais do que isso, R$ 50 milhões. Então é um custo que não se sabe muito bem em quanto terminará isso. Muita incerteza e muito custo.