Revisão da matriz de transporte de cargas em direção ao Porto de Santos e melhorias de gestão no cais santista. Estas são algumas necessidades apontadas preliminarmente em um estudo realizado por 23 instituições de ensino, entre universidades e escolas técnicas da região. Todos fazem parte do grupo de pesquisa de Logística, Transportes, Mobilidade e Infraestrutura do movimento Inova, que busca identificar e impulsionar estratégias de desenvolvimento para as cidades da Baixada Santista.
O tema foi debatido durante o programa Fórum Porto & Mar, transmitido pelas redes sociais do Grupo Tribuna, nesta segunda-feira (30). Participaram a coordenadora do curso de Engenharia Civil da Universidade Católica de Santos (UniSantos), Marcia Aps, e o professor da Unibr, Rafael Pedrosa – que coordena o grupo de pesquisa.
“Os gargalos que encontramos partem também do desequilíbrio entre a utilização dos modais, o que acaba minando a capacidade de crescimento do Porto e da nossa região, visto que ele é o grande polo de desenvolvimento econômico da região hoje. Então, isso acaba atravancando o processo de desenvolvimento portuário e da região”, destacou Pedrosa.
A coordenadora da UniSantos explicou que o trabalho é feito por etapas. “Nós vamos agora fazer entrevistas com pessoas atuantes nas áreas, diretores, presidentes de empresas, que são aqueles que sabem da contratação de mão de obra, para sabermos onde poderia estar melhorando para voltar a aquecer a região da Baixada Santista”.
Após o estudo, serão sugeridas ações de curto, médio e longo prazo ao poder público. “Nós temos o maior porto do Brasil. O nosso custo vem muito de transportes. A nossa matriz é focada no transporte rodoviário, então a mercadoria que chega e sai tem um custo extra por isso. A intenção é que a matriz seja mais equilibrada. É possível, sim, pensar num equilíbrio melhor da matriz de transporte”, destacou Márcia.
Para Pedrosa, o Porto é subaproveitado pelas cidades do entorno. “Nós temos um conflito deflagrado entre Porto e Cidade por um problema de gestão que não é conjunta. É como se o Porto fosse um corpo estranho dentro da Cidade e a Cidade não o reconhecesse, sendo que um depende do outro. Esse é um grande gargalo de gestão que nós temos para reequilibrar a matriz do Porto e utilização dos espaços de forma harmônica entre ambos”.