O presidente da Cooperativa dos Transportadores Autônomos do Brasil (BrasCoop), Wallace Ladim, disse em entrevista ao “El Pais” que a situação da categoria é igual ou até pior do que no período da greve dos caminhoneiros. “Estamos sufocados e vem essa questão de aumento de diesel e gera esse transtorno. Continuamos apoiando o presidente porque ele está em prol da categoria, mas, se em algum momento formos prejudicados e se for necessário uma paralisação, eu serei o primeiro a chamar”, destaca.
Para a liderança, uma nova greve dos caminhoneiros não está descartada.
No último mês, Ladim se reuniu com o governo. No encontro, tratou das principais reivindicações dos caminhoneiros. Entre elas a falta de cumprimento da tabela do frete.
“Há um mês, estive em uma reunião direta com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, onde fomos falar sobre o preço do diesel e também do piso mínimo do frete que não está sendo fiscalizado.
Do jeito que estava subindo o combustível todo dia, estávamos igual ou até pior que na época anterior à greve. A situação não foi resolvida, mas eles sinalizaram que estavam tentando resolver o problema.
Nós nunca tivemos um diálogo desse em nenhum outro governo, essa porta aberta”, indica.
Duas reivindicações
Entre as reivindicações da categoria, estão o respeito do preço mínimo da tabela de frete e a redução do preço do óleo diesel. Os caminhoneiros reclamam que as empresas estariam descumprindo o pagamento do valor mínimo imposto pelo governo. Por isso, cobram uma fiscalização mais ostensiva por parte da ANTT.
Segundo Landim, a agência teria prometido mais ações e declarado ter feito mais de 400 autuações contra empresas que violaram a tabela.
Além disso, os caminhoneiros pedem que o governo mude o mecanismo de aumento do preço dos combustíveis.
A categoria quer que o reajuste seja feito apenas uma vez por mês, e não diariamente. Segundo o presidente da BrasCoop, o Palácio do Planalto tem consciência da possibilidade de uma nova greve dos caminhoneiros.