Greve de transportadores da Ipiranga dura três dias e postos ficam sem combustível em BH

Publicado em
16 de Janeiro de 2015
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O impasse foi resolvido com a empresa, no fim da tarde desta quarta e a categoria retomou as atividades. Postos da bandeira registraram prejuízos

Transportadores de combustíveis e de derivados de petróleo, que prestam serviços para a Ipiranga Distribuidora, enceraram a paralisação, que já durava três dias. A categoria reivindicava o reajuste de 11% da inflação oficial - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - para o salário, além do repasse do mesmo índice para o óleo diesel, e o fim do “frete combinado”. O impasse foi resolvido com a empresa, no fim da tarde desta quarta. Mesmo com pouco tempo de braços cruzados, postos da bandeira em Belo Horizonte ficaram sem abastecimento regular de combustível. Nessa terça-feira, motoristas que não aderiram ao movimento alegam terem sido ameaçados.

Embora a distribuidora tenha concedido reajuste de 10,6%, os trabalhadores seguem indignados. De acordo com Ailton Gomes, diretor do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustível e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque), a categoria se diz insatisfeita com as empresas. "A realidade é sempre a mesma. Os transportadores estão insatisfeitos com as distribuidoras, que sempre se negam a repassar integralmente o reajuste do IPCA. Outra situação complicada é a questão do ’frete combinado’, já que a Ipiranga estaria reduzindo o valor, causando grandes prejuízos aos transportadores. Distribuidoras e clientes combinam o menor preço do frete, inferior ao praticado no mercado, e o transportador se vê obrigado a aderir, para não perder o contrato", reclama.

De acordo com o diretor do Sindtanque, na noite da última segunda-feira, mais de 150 caminhões ficaram parados nas imediações da empresa, na Rodovia Fernão Dias (BR 381), altura do km 428,5, no Bairro Jardim Piemont, em Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte. O clima ficou tenso no local. Segundo o advogado André Nyssior, que representa a distribuidora Ipiranga, representantes do sindicato foram para a porta da empresa impedir que os caminhões carregados de combustíveis saíssem para fazer as entregas.

Ainda conforme o advogado, alguns sindicalistas, que foram para a porta da garagem da empresa, na BR-381, teriam ameaçado colocar fogo em caminhões de motoristas que desrespeitassem a ordem de greve. André conta que cerca de 50 motoristas ficaram sem poder sair para fazer as entregas e vários outros foram impedidos de entrar na empresa para carregar os caminhões. Por conta do movimento sindical, o defensor explica que o abastecimento em postos da Ipiranga e de outros sem bandeira, mas que compram os produtos da distribuidora, seria prejudicado e que faltaria combustíveis para os clientes.

Foi o que aconteceu nesta quarta, na capital. No Bairro Floresta, na Região Leste, consumidores tiveram dificuldade para abastecer. “Desde ontem nós ficamos sem o abastecimento. Várias pessoas vieram encher o tanque e tiveram que voltar para casa. Os consumidores informaram que na região leste nenhum posto tinha combustível”, comentou o frentista Bruno Veiga, de 37 anos, que trabalha em um posto de combustível na Avenida Flávio dos Santos. Depois do fim da greve, na tarde desta quarta-feira, uma carreta chegou ao estabelecimento para repor a gasolina. “Chegou agora no fim da tarde, mas a situação ficou crítica”, comentou Veiga.

O diretor do sindicato informou ainda que as distribuidoras BR Distribuidora, Zema Petróleo, Fic Petróleo, Rio Branco Distribuidora e SP Distribuidora já haviam concedido o reajuste.

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