A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publica na quinta-feira uma nova tabela de preços de fretes com modificações, incluindo novos tipos de caminhão, que deverão diluir o preço fixo do frete e contemplar os setores produtivos, disse nesta quarta o ministro dos Transportes, Valter Casimiro, depois de uma reunião com representantes dos caminhoneiros.
"A preocupação é a tabela mínima de fretes que causou algumas distorções, algumas confusões com relação ao preço. A ANTT identificou alguns problemas na constituição da tabela, que previa apenas um tipo de caminhão, alguns com 3 eixos, com 6 eixos, e que precisava ampliar essa tabela para que contemplasse todo tipo de caminhão e que fizesse uma distribuição do custo fixo do frete num caminhão que tivesse mais eixos", disse Casimiro a jornalistas, no Palácio do Planalto.
De acordo com o ministro, não haverá redução no preço mínimo do frete, como pediu a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), mas os valores vão cair porque os valores mínimos dos fretes seriam diluídos em caminhões maiores.
"O preço vai ser modificado. Quando se está colocando todo custo fixo baseado em poucos eixos, se dilui este custo fixo numa quantidade de eixos muito menor, vai onerar muito mais o frete. Quando você dilui este custo fixo no caminhão com mais eixos, você vai realmente diminuir o preço por eixo nesta carga de um caminhão, por exemplo, de nove eixos", explicou Casimiro.
Em reunião na terça-feira com Casimiro e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, os produtores reclamaram que a atual tabela poderia mais que dobrar o custo dos fretes. Maggi chegou a dizer que o preço seria alterado, o que foi negado depois aos caminhoneiros pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Segundo o ministro dos Transportes, as reivindicações da Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA) e outros setores produtivos serão atendidos com as modificações que estão sempre preparadas pela ANTT.
SEM NOVA PARALISAÇÃO
Ao sair do encontro, o presidente da Confederação Nacional dos Transportadoras Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, garantiu que o setor está satisfeito com o acordo e as explicações do governo e não há previsão de outras paralisações, como pequenos grupos de caminhoneiros chegaram a ameaçar pelas redes sociais.
"Eu posso falar pelas entidades de forma organizada e legal que representam a categoria e elas não vêem a necessidade de uma nova mobilização da categoria", afirmou.
De acordo com Diumar, uma das mudanças pedidas pela categoria é que a tabela passe a prever os valores de frete de referência a cada 50 quilômetros, e não cada 100, como foi publicado, mas sem alterar os valores.
Em relação ao valor de redução do preço do diesel, que em entrevista à rádio CBN o ministro Padilha admitiu que neste primeiro momento será de 41, e não de 46 centavos, o presidente da CNTA afirma que não abalou o acordo com o governo.
O presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), José Fonseca, afirmou também que faltam apenas alguns ajustes na tabela de frete e "está tudo sob controle".
"Tudo aquilo que o governo assumiu ele vai cumprir. A tabela vai continuar, não vai mudar nada", disse.