Governo licita 1,6 mil km de ferrovias

Publicado em
20 de Maio de 2010
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O governo federal licitará, no dia 7 de junho, 1.670 quilômetros de ferrovias, um investimento de R$ 6,4 bilhões. Os projetos, desenvolvidos pela empresa pública Valec, preveem a extensão da Ferrovia Norte-Sul, de Ouro Verde (GO) a Estrela d’Oeste (SP), e o início da construção da Ferrovia Leste-Oeste, entre Ilhéus e Barreiras, na Bahia. . "Esperamos iniciar as obras ainda em julho", disse José Francisco das Neves, presidente da Valec, durante seminário sobre o setor na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Para o trecho entre Goiás e São Paulo, com 670 km, o investimento será de R$ 2,5 bilhões. A licitação, antes prevista para maio, foi adiada por necessidade de correção do edital. A obra vai se somar aos 1,4 mil km já em construção da Ferrovia Norte-Sul - que vem desde Açailândia (MA) -, prometidos para serem entregues no dia 20 de dezembro deste ano.

O trecho da Leste-Oeste a ser construído em território baiano terá mil quilômetros e demandará investimento de R$ 4,2 bilhões. Segundo o projeto, futuramente a ferrovia terá 1,5 mil km e irá até Figueiropólis, em Tocantins. Para finalizar a ferrovia, será necessário aporte de R$ 2 bilhões. A malha ferroviária deve atravessar 32 municípios na Bahia. Será uma obra importante para escoar produtos agropecuários do Oeste baiano e minérios da região de Caetité (BA).

Os novos trechos devem ser operados segundo o modelo de concessão espanhol, em estudo avançado no governo. Segundo Neves, amanhã haverá uma reunião na Casa Civil para tratar do assunto. No modelo atual, o governo faz a concessão dos trechos de ferrovias, que passam a ser operados por uma empresa privada. O novo sistema consistiria em vender o direito de uso da malha às companhias, mantendo o controle da Valec. O material rodante é de responsabilidade do parceiro privado.

Trens podem ficar com 35% do sistema até 2020 

A participação do transporte ferroviário no tráfego brasileiro pode chegar a 35% até 2020, caso os investimentos no setor sejam mantidos, diz o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os números do setor foram divulgados no estudo sobre ferrovias da série "Eixos do Desenvolvimento Brasileiro", apresentado ontem em Brasília. O trabalho, que mostra as características, evoluções e áreas que demandam investimentos, aponta que a participação do sistema ferroviário no transporte do país passou de 16% em 1999 para 26% em 2008.

Os técnicos do Ipea identificaram vários gargalos nos investimentos públicos, principalmente o atraso para a criação de novas linhas. "Se o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estivesse em dia, ele responderia por 26% da demanda do setor, mas várias obras estão atrasadas", disse Carlos Campos, coordenador de infraestrutura econômica do Instituto.

A malha brasileira é composta por 12 ferrovias, e 28 mil quilômetros de extensão.

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