Artigo escrito por João Batista Dominici*
A gente fica todo animado quando ouve alguns ministros e o presidente Bolsonaro vociferando pelo twitter promessas de providências, que estariam sendo tomadas pelo governo, que vão desonerar a vida de quem produz, e acha que a partir de agora as coisas vão ser diferentes. Que a velha burocracia vai acordar, ver o que está acontecendo fora de Brasília e começar a se movimentar.
Mas quando a gente vai a Brasília e se reúne com burocratas de órgãos como o DNIT, como fiz ontem, a realidade é que o discurso é o de antanho.
“Não há recursos, não tem gente, acabamos de sofrer um corte de um bilhão de reais". As velhas desculpas de sempre. O velho e desgastado mindset.
Diante das proposições carregadas de otimismo e esperança, apenas o discurso do não dá, o defensivismo de sempre, o corporativismo, a eterna e enraizada falta de criatividade, de boa vontade, o desconhecimento do que está acontecendo fora de Brasília, a falta de disposição para o "entender para atender".
“A área de TI foi reduzida a 10 pessoas”, me conta um diretor.
Em compensação (é visível) sobram secretárias, garçons, seguranças e um monte de burocratas desconectados com os objetivos fundamentais do órgão, sem conhecimento, sem empatia, sem pro ativismo, escondidos atrás de um monitor de computador de última geração, em salas amplas e confortáveis, sem qualquer compromisso a não ser de alimentar e retroalimentar a máquina e o insuportável peso do estado sobre nossos velhos e cansados ombros.
Em resumo, entra governo, sai governo, muda o discurso, mas a práxis continua igualzinha e parece que não há mudanças políticas, tecnológicas, ou outras que possam mudar isso, ou seja, mudar o fato de que a burocracia só serve a ela mesma e não para resolver os problemas do país.
O que fazer? Quando der (às vezes não dá): esqueçam Brasília, desliguem o rádio. Não acreditem mais no que você vê na TV ou vociferam por aí.
Vamos, enquanto sociedade, lutar para uberizar tudo e contra qualquer tentativa de aumento de impostos, que é do que se alimenta esse estado sanguessuga e quase inoperante.
Uma outra constatação que pude fazer, no caso, por exemplo da Infraestrutura, é que o ministério está praticamente todo empenhado com a questão do tira ou não tira radas e dos pisos mínimos, um problema que todos sabemos, não tem solução.
MAIS BRASIL, MENOS BRASÍLIA!!!!