O governo anunciou nesta terça-feira mudanças na Carteira Nacional de Habilitação e a criação de um documento eletrônico de transporte, na tentativa de agradar caminhoneiros e evitar uma greve da categoria.
A CNH passará a ser renovada a cada dez anos para pessoas com menos de 50 anos, e não a cada cinco anos, como ocorre atualmente.
Em entrevista coletiva, o ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, informou que um novo documento eletrônico de transporte "vai congregar uma série de documentos", 20 ao todo. E que a medida visa, além de eliminar a burocracia e a necessidade de intermediários, fazer uma ligação direta entre os transportadores e os embarcadores das mercadorias. "Essa simplificação elimina o intermediário.
Muitas vezes, o caminhoneiro, para fazer o transporte, precisa de despachantes", disse. "A tecnologia de informação vai nos ajudar a 'linkar' o caminhoneiro ao embarcador para combater esse excesso de oferta. Esse problema vai diminuindo com o tempo com o crescimento econômico que certamente virá."
Já a medida relacionada à CNH tem como objetivo reduzir os custos, segundo o ministro. Freitas citou ainda, como medida que beneficia os caminhoneiros, o cartão pré-pago de combustível, que dará aos profissionais maior previsibilidade na formação de seus custos. "O cartão de combustível que virá está sendo estudado e será disponibilizado em breve pela Petrobras", afirmou.
Áreas de descanso
O ministro da Infraestrutura vai negociar com as concessionárias de rodovias a possibilidade de construção de áreas para descanso de caminhoneiros nas estradas. Nas novas concessões, isso já deverá ser considerado nos contratos.
Segundo Freitas, essa é uma das solicitações feitas pela categoria em fórum criado pelo governo para abertura do diálogo. Para que essa demanda dos caminhoneiros seja atendida, conforme Freitas, os contratos com as atuais concessionárias teriam de passar por um ajuste "simples". O ministro destacou que o atendimento de demandas não significa que o governo esteja na situação de refém. "Estão pedindo tão pouco.
Eles pedem condição de estradas boas e segurança para descansar", contou, acrescentando que isso pode ser feito por meio de negociação com as atuais concessionárias. "Nada que seja absurdo", ressaltou o ministro de Infraestrutura sobre o pedido dos caminhoneiros. Segundo ele, tudo foi construído sem chantagem. "Não vamos descansar enquanto não melhorar a qualidade de vida [dos caminhoneiros]."