Gerenciamento de risco

Publicado em
05 de Maio de 2016
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O conceito de gerenciamento de risco nasceu no mercado de seguros e chegou ao setor de transporte de cargas no final dos anos 1990. Na teoria, ele reúne toda e qualquer medida que possa aumentar a segurança do transporte de cargas. Já na prática, ele encontra um grande entrave: os altos custos tecnológicos.

“As empresas investem como podem em todas as tecnologias disponíveis. Acesso à informação, certamente todas têm. O que a maioria não tem são recursos financeiros para aplicar as melhores práticas possíveis em gerenciamento de risco. No Brasil, você tem empresas de todos os tamanhos, então o gerenciamento de risco é adaptável à realidade de cada uma”, afirma o Coronel Paulo Roberto de Souza, assessor de segurança da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística).

Para ele, o gerenciamento de risco pode ser dividido em quatro ações primordiais: gerenciamento do veículo em movimento, proteção dos depósitos, investimento em recursos humanos, e investimento nos controles dos sistemas de comunicação. Entenda cada uma delas.

Gerenciamento do veículo em movimento


Compreende grande parte das ferramentas tecnológicas de gerenciamento de risco, principalmente os rastreadores. “O rastreamento é a faceta mais visível do gerenciamento de risco e engloba a comunicação entre caminhão e transportadora via aparelho celular ou satélite”, explica o Coronel Paulo Roberto de Souza, da NTC&Logística.

O coronel explica que, antes de sair com a carga, o motorista recebe dos especialistas em gerenciamento de risco a rota exata a ser seguida, inclusive com as recomendações de postos de parada. Isto é feito pelo cruzamento de informações por softwares ou pela própria experiência dos profissionais da área.

Via satélite ou celular, a transportadora acompanha o percurso e consegue interferir na ação do motorista mesmo a distância. “Há uma série de recursos para isso. Há o sensor que corta o combustível, e é ativado apenas por onda de celular; há o sensor de porta que dispara alarme se alguém tenta abrir. Há o sensor do banco do carona, o sensor do baú e uma série de outras maneiras de saber se o veículo está sendo violado”, exemplifica. “O próprio motorista possui um painel de bordo com botão de pânico. Ele pode acionar o botão para pedir socorro ou mandar mensagens pré-programadas ou que ele mesmo digita na hora, dando mais informações sobre o ocorrido.”

Dependendo do valor da carga, o gerenciamento do veículo em movimento pode englobar até mesmo escolta armada.

Proteção dos depósitos

É feita com uso de sistemas de câmeras, alarmes e contratação de vigilantes para proteger a carga quando ainda estocada ou durante os carregamentos e descarregamentos dos caminhões.

Investimento em recursos humanos

Compreende uma boa seleção e um bom treinamento da mão de obra que trabalha para a transportadora. “Além do controle sobre a vida do motorista e seus antecedentes criminais, a empresa precisa treiná-lo para saber o que fazer e como fazer”, afirma o coronel.

Por meio de telemetria (tecnologia de monitoração e comunicação), sensores indicam para a transportadora qual a velocidade em que o veículo trafega, qual o desgaste dos pneus e até mesmo se o motorista realizou alguma descida em “banguela” (com o veículo em ponto morto, o que aumenta o perigo de acidentes). Diante de tais dados, é possível, por exemplo, programar aulas de direção defensiva para o motorista que mostrar maus hábitos ao volante.

Investimento nos controles dos sistemas de comunicação

Adoção de instrumentos (softwares e ferramentas de geoprocessamento, por exemplo) que efetivamente transformam os dados de rastreamento da carga em informações para a tomada de decisão, a gestão dos recursos e a medição da qualidade do gerenciamento de risco.

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