Gargalos: Portos ruins atrasam exportações de grãos do Brasil

Publicado em
15 de Maio de 2012
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A corrida para exportar soja e farelo de soja do Brasil está resultando em uma fila de dezenas de navios nos portos do sul do Brasil com o tempo de espera para carregar uma média entre 20 dias e, nos piores casos, até um mês.

A grande demanda por soja está empurrando as operações portuárias para o limite, mas os portos simplesmente não têm a capacidade necessária para atender a demanda.

Segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), desde 08 de maio, havia 16 navios atracados, 51 na baía de esperando para carregar e 23 navios eram esperados para chegar dentro das próximas 48 horas.

Quase metade dos navios estão à espera para carregar soja ou farelo de soja a partir do corredor de exportação público. Mesmo que estes tempos de espera sejam excepcionalmente longos, eles estão dentro da média histórica para o porto.

Funcionários Appa não sintem que o porto perdeu negócio devido à longa espera, mas há relatos de exportadores ignorando o Porto de Paranaguá em favor de outros portos, como São Francisco, no estado de Santa Catarina.

A Appa informou que durante o primeiro trimestre de 2012, o Porto de Paranaguá exportou 2,9 milhões de toneladas de soja e 1,7 milhões de toneladas de farelo de soja, o que representou um aumento de 67% e 22% respectivamente, em comparação ao ano anterior.

O ritmo de exportação aumentado é o resultado dos preços da soja fortes estimulando os agricultores a rapidamente vender a sua produção 2011/12, o tempo relativamente seco no porto permitindo um ritmo acelerado de carregamento, bem como um enfraquecimento da moeda brasileira que faz com que os preços sejam ainda melhor para os agricultores brasileiros.

O governo está tentando resolver o congestionamento crônico nos portos com uma proposta para expandir e modernizar, a um preço estimado de R$ 2 bilhões. A proposta envolve a construção de um novo pier forma "T" que permita sete navios sejam carregados simultaneamente no corredor público, em vez dos atuais três navios.

A proposta também envolve as coberturas, que os permitiriam uma operação de carregamento para continuar durante os períodos de tempo molhado. Atualmente, as operações de carga são suspensas sempre que há uma chance de chuva e tempo chuvoso é a razão número um para atrasos de carregamento.

Enquanto isso, autoridades portuárias esperam aumentar sua capacidade de carga diária, simplesmente por atualizar os seis carregadores de navios no corredor público.

Atualmente, cada carregador de navios pode lidar com 1.500 toneladas por hora, mas com uma simples atualização de partes fundamentais do carregador de navios, que pode ser aumentado para 2.000 toneladas por hora.

No Porto de Santos no estado de São Paulo, que é o maior porto do Brasil, há 34 navios atracados e 126 que deve chegar nos próximos 30 dias. A maioria dos carregadores de Santos são para conteiners, mas há também uma porta principal para a exportação de soja.

O tempo médio de espera para o carregamento de soja no porto é de 12 dias. Nos portos privados ao longo da costa de São Paulo o tempo de espera médio é de apenas cinco dias.

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