A política de tabela de fretes para os caminhoneiros deve ser revista logo no início da gestão do presidente eleito Jair Bolsonaro.
É o que prometeu o futuro ministro da Infraestrutura, pasta que vai abranger o atual Ministério dos Transportes, Tarcísio de Freitas.
Em entrevista à agência Reuters, Tarcísio de Freitas, disse que o primeiro objetivo é estimular que o tabelamento seja uma prática de mercado.
“Num primeiro momento, vamos ter um carinho com a tabela, vamos revisar a tabela, estimular que o mercado a pratique”.
O futuro ministro disse ainda que a equipe de transição de Bolsonaro já mantém diálogos com representações de caminhoneiros e com os setores da indústria e da agropecuária, estes que têm reclamado dos preços estipulados, alegando que podem encarecer a cadeia produtiva e o valor final dos produtos aos consumidores.
Os caminhoneiros autônomos, por sua vez, alegam que o tabelamento é necessário porque o mercado acaba praticando preços inferiores aos custos, obrigando que os motoristas façam longas jornadas para que o trabalho compense.
Freitas ainda disse à agência que outro objetivo é eliminar os atravessadores.
“Vamos atuar na melhoria das condições para o caminhoneiro. Eliminar o intermediário da operação, (o objetivo é ter) ‘link’ direto entre caminhoneiro e embarcador. O intermediário tira receita do caminhoneiro, temos que eliminar o atravessador, criar condições para negociação direta do frete” – disse o Freitas que ainda afirmou que o governo vai estimular a criação de cooperativas de transporte para que os caminhoneiros negociem melhor os fretes.
Novamente, o futuro ministro recorreu a práticas de mercado para que sejam exercidos valores considerados mais justos para os fretes. Segundo Freitas, com o aquecimento da economia e maior demanda por transportes, as condições dos caminhoneiros vão melhorar.
“A partir do momento que aumentar a demanda por transporte, que a economia começar a crescer, acho que a situação financeira da categoria vai melhorando, conjugando com medidas como eliminação de atravessadores”.