As duas federações e os 36 sindicatos que representam os 100 mil trabalhadores dos Correios no Brasil aprovaram, nesta terça-feira (10) greve por tempo indeterminado. Foram realizadas assembleias com a categoria em todas as unidades durante a tarde e a noite.
As últimas assembleias terminaram por volta de 23h. Participaram quase 5 mil trabalhadores dos cerca de 20 mil em São Paulo e 2 mil no Rio de Janeiro, que representam 60% da carga total dos Correios.
Ao somar a essas localidades Bauru, no interior de São Paulo, Tocantins e Maranhão, estão representados 40 mil trabalhadores, do total de 100 mil da categoria, disse José Aparecido Gandara, presidente da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (Findect).
Os funcionários reivindicam a prorrogação por 12 meses do acordo coletivo que venceu em 31 de julho e foi estendido até agosto, reposição salarial pela inflação de 12 meses, garantia de vale alimentação e de plano de saúde.
Nas assembleias, ele protestaram ainda contra o plano de privatização da empresa. Os sindicatos afirmam que a direção dos Correios encerrou as negociações do acordo coletivo, deixando a categoria sem garantias e insegura. Gandara disse que a categoria reivindicou que o último acordo fosse estendido até o fim de setembro, enquanto prosseguiriam as negociações, mas que a estatal havia recusado.
Posição da estatal
Procurada pelo Valor, a estatal informou, por nota, que participou de dez encontros na mesa de negociação com os representantes dos trabalhadores. Nesses encontros, teria informado a real situação econômica da estatal e apresentado propostas para o acordo "dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado da ordem de R$ 3 bilhões". Ainda segundo a nota, as federações "expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa, algo insustentável para o projeto de reequilíbrio financeiro em curso pela empresa".
Sobre o encerramento do prazo para atendimentos de urgência e emergência de pais e mães dos empregados pelo plano de saúde em 31 de agosto, a direção dos Correios afirma na nota que determinou a prorrogação desses atendimentos até 30 de setembro. Em relação ao tíquete de alimentação/refeição, a estatal afirmou que será pago aos empregados nesta semana.