Não é novidade nenhuma que os veículos mais antigos emitam um volume maior de poluentes, os novos caminhões adequados ao padrão Euro 5, que começaram a ser comercializados no início do ano, por exemplo, chegam a reduzir em 80% o nível de gases tóxicos em relação aos de tecnologia anterior. No entanto, o Brasil, segundo o RNTRC (Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas), possui uma frota de caminhões com idade média de 13,4 anos. Considerando este cenário, Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente, enfatizou a necessidade de ser renovar a frota de veículos brasileiros durante uma entrevista coletiva realizada na véspera da abertura oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
De acordo com a política, o transporte deverá ser uma das pautas no debate sobre cidades sustentáveis e qualidade de vida. “Temos que pensar na opção de renovação de frota para veículos que poluam menos”, disse a ministra, que salientou a importância de se ter investimentos em transporte público.
Apesar do discurso de incentivo ao uso de coletivo para mobilidade urbana, Teixeira foi lembrada que a, recente, ação do Governo de reduzir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) incentivou a compra de veículos individuais. Sobre esta medida, a ministra salientou que foi tomada para resolver um problema de curto prazo e evitar o desemprego. Já as ações a serem debatidas na conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) são de implementação de médio e longo prazos. “Não estou defendendo que se venha encher as cidades de carros”, explicou.
Com diminuição de automóveis na rua e com incentivos ao uso de transporte público, o nível de poluição nas grandes cidades brasileiras, consequentemente, cairia. Embora a ampliação da utilização do transporte coletivo se faça necessária, a exemplo do que disse a ministra, a indústria nacional vem se empenhando para mitigar os impactos no meio ambiente. Um recente estudo da Anfavea (Associação Nacional de Fabricante de Veículos Automotores) mostrou que, em 25 anos, os carros nacionais diminuíram o nível de emissão em 97%.