Frete vai abocanhar mais a renda

Publicado em
04 de Setembro de 2012
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O atual diferencial entre preço da paridade exportação e preço pago ao produtor da soja já indica aumento do frete para a próxima safra mato-grossense e isso deverá abocanhar ainda mais o lucro dos produtores de soja e de milho. O alerta vem do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), publicado no Boletim Semanal divulgado ontem.

Como explica o Imea, a grande preocupação dos produtores – que devem iniciar ainda neste mês o plantio da soja – é a projeção de frete para março do próximo ano, que já está sendo descontado no preço da saca que vem sendo negociada para entrega para o primeiro trimestre de 2013. “Como a partir de setembro a nova legislação do segmento de transporte de cargas será posta em prática e então os impactos da readequação das transportadoras aparecerão, além dos aumentos de frete atuais impostos pela demanda, um novo patamar de preços poderá ser verificado na safra 2012/13”.

Os preços no mercado futuro da soja estão menores comparados ao preço disponível, no entanto, continuam atrativos a contar que 58,6% da produção da safra 2012/13 já foi comercializada. No mercado internacional a cotação de soja para março/2013 (H13) atingiu no último dia do mês de agosto US$ 16,82/bushel – padrão de medida norte-americano que equivale a 27,21 quilos - ou seja, R$ 74,50/saca em Paranaguá, considerando 10 pontos de prêmio. Com este valor, descontado o frete para Sorriso de R$ 235/t, se tem o preço de R$ 60,40/saca. “Porém o que se tem visto tanto em Sorriso como em todo Estado é que os preços já estão com uma desvalorização em relação à paridade para exportação. No município sorrisense o preço na última sexta-feira (31) foi de R$ 55, que no comparativo com a paridade, apresenta um spread de R$ 5,40/saca”.

Em relação ao milho, o Imea destaca que o frete, que hoje já compromete R$ 17,05/saca do preço pago no porto, pode aumentar e constituir o fator determinante para a continuidade do avanço da produção do cereal em Mato Grosso. “Após atingir o maior valor absoluto da história, frete não dá alívio e deve aumentar mais até o final do ano”.

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