Frete rodoviário de grãos tem alta que varia de 30% a 60%

Publicado em
13 de Janeiro de 2016
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Aumento de custos do transporte e correria para exportar a produção justificam disparada, que não assusta o agronegócio

Em um ano, o valor do frete rodoviário de grãos subiu entre 30% e 60%. Na primeira semana de janeiro de 2015, a tonelada transportada de Campo Verde-MT a Paranaguá-PR, por exemplo, custava R$ 150. Na semana passada, chegou a R$ 245, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

De Rondonópolis-MT a Maringá-PR, custava R$ 110 e agora está a R$ 150, o que equivale a um aumento de 36%. Não há levantamento atualizado de frete dentro do estado do Paraná, mas, segundo o engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal do Paraná, Eugenio Stefanelo, o custo da tonelada transportada de Cascavel a Paranaguá aumentou 35%.

O superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Carga de Maringá (Setcamar) e vice-presidente de Agronegócio da NTC&Logística, Geasi Oliveira de Souza, afirma que o frete disparou nos últimos meses devido à correria para transportar a boa safra de milho (safra 2014/2015) e dar espaço à soja que começa a ser colhida no Mato Grosso.

Ítalo Lonni Junior, proprietário da transportadora Compager, de Londrina, afirma que o frete subiu 25%. Mas não só devido ao aumento da demanda pelo serviço. "O preço do óleo diesel subiu demais, além do de outros insumos. O pedágio também é muito caro", afirma. Ele reclama de o Paraná não estar respeitando a lei federal que concede isenção de pedágio para eixos suspensos de caminhões, quando vazios.

O empresário também ressalta que as chuvas, principalmente em novembro, atrapalharam o trabalho de transbordo no porto. "Houve acúmulo de trabalho que agora estamos tendo de compensar. O fluxo de subida e descida (para Paranaguá) ficou comprometido", declara.

Outro motivo que justificaria o aumento do frete, na opinião de Lonni, é uma suposta redução na oferta do transporte. "O setor está quebrado. Muitas empresas estão encostando seus veículos por falta de manutenção. No ano passado, entrou menos caminhão no mercado. A oferta de equipamento está menor", afirma. A venda de caminhões caiu 47% no País de 2014 para 2015.

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