Frete competitivo atrai grupos

Publicado em
19 de Abril de 2010
compartilhe em:

O Porto de Itajaí e o terminal de Navegantes são as principais entradas dos produtos do First Group no Brasil. O grupo é formado por sete empresas focadas em comércio internacional, entre elas a Midea do Brasil, uma das maiores fabricantes de condicionadores de ar do mundo.

Segundo Marcio Michel, gerente de importação da First, os principais fatores para trazer os produtos pelos portos do complexo de Itajaí são o valor do frete mais competitivo, pela quantidade de mercadorias recebidas no local indicados pelas linhas de armadores, a ampla e completa estrutura voltada para o setor de comércio exterior e a localização estratégica. O centro de distribuição da empresa, o Firstlog, que distribui os produtos recebidos para todo o Brasil e até para o exterior, fica próximo da região dos portos.

Entre os principais produtos importados pela empresa em Itajaí estão alimentos e bebidas provenientes de países como Chile, Argentina, Bélgica e França, artigos esportivos vindos da Inglaterra e eletrodomésticos procedentes da China.

Maior equilíbrio reduz custos     

O maior equilíbrio entre exportações e importações barateou custos para o setor de comércio exterior de Santa Catarina. Quando o Estado era muito mais exportador, dificuldades logísticas se atravessavam no caminho, como o retorno de contêineres vazios, que encareciam os fretes.

Segundo Paulo Cesar Santiago, gerente geral da Interporti, operadora logística do Terminal Portuário de Itajaí (Teporti), com as importações em alta é possível agregar valor aos retornos dos contêineres.

"Aumentou o número de rotas, de armadores e de voos através do aeroporto de Navegantes. O equilíbrio está sendo muito importante para o desenvolvimento de toda a região. Foi um ganho logístico. Navegantes tinha desemprego e a Portonave foi fundamental para desenvolver o município. As importações também geram mais impostos, já que para exportar o governo dá incentivos através da desoneração", avalia.

No Teporti, 75% das movimentações são geradas pelas importações. Grande parte, influência dos benefícios fiscais do governo do Estado, uma vez que mais de 50% é decorrente de negócios feitos por tradings. Mas o Teporti também tem indústrias entre os clientes, que importam matéria prima e equipamentos.

"Vamos investir R$ 30 milhões em equipamentos e aumento da capacidade. Nosso pátio está lotado. Onde íamos construir um armazém, desistimos para ter espaço para armazenar os carros chineses", explica.

Com um berço de 150 metros, o Teporti tem possibilidade de ampliar o cais em mais 300 metros, ou seja, triplicar o tamanho. Além disso, tem 50 mil metros de área alfandegada e outros 100 mil metros de armazéns frigorificados e de carga geral, além de centros de distribuição.
A Interporti é resultado da associação da Columbia ao Teporti, que ocorreu há cerca de um ano e meio. Se as importações não tivessem em alta, em função dos benefícios fiscais, talvez a Columbia não tivesse vindo para Itajaí. No último ano, o crescimento foi de 30%. Hoje nosso crescimento é de 10% a 15% por mês.

Desconto em tarifa aumenta competitividade do Porto de Paranaguá     

Os navios que utilizarem o Porto de Paranaguá para abastecimento e manutenção terão desconto de 50% na tarifa de Infraestrutura Marítima de Proteção e Acesso (Inframar)

Os navios que utilizarem o Porto de Paranaguá para abastecimento e manutenção terão desconto de 50% na tarifa de Infraestrutura Marítima de Proteção e Acesso (Inframar). A medida proposta pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), por meio da Portaria n.º 52/2010, foi aprovada, por unanimidade, pelo Conselho de Autoridade Portuária (CAP), durante reunião do colegiado realizada na manhã desta quinta-feira (15).
Para o presidente do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado do Paraná (Sindapar), Victor Manuel Simões Pinto, a redução tarifária servirá de estímulo para atração de navios ao Porto de Paranaguá. "Esse é um pleito antigo do Sindapar, que vai refletir na competitividade, principalmente, com o Porto do Rio de Janeiro", afirmou.
Segundo Simões Pinto, o Porto do Rio de Janeiro vinha sendo uma opção para o abastecimento das embarcações pela flexibilidade para esse tipo de operação. No entanto, as empresas de navegação que operam rotas dos portos do Sul para África do Sul e Ásia, por exemplo, quando optam por abastecer no complexo carioca, são obrigadas a desviar a rota, o que representa tempo e custo adicional. Já nos portos de Santos (SP) e de Rio Grande (RS), o abastecimento só pode ser feito durante o dia e com os navios atracados.
O Sindapar não chegou a fazer um estudo do impacto do desconto da tarifa Inframar na redução dos custos operacionais das agências de navegação. O presidente da entidade estima que, evitando-se o deslocamento ao Rio de Janeiro, por exemplo, há um ganho de, pelo menos, dois dias. Considerando que o custo diário de um navio Panamax (grandes navios graneleiros) é, em média, de US$ 35 mil, haveria uma economia de US$ 70 mil.
O superintendente da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza, lembrou que a redução da tarifa Inframar para abastecimento e manutenção de embarcações era uma reivindicação antiga da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap) e que, inclusive, já havia sido sugerida pelo CAP, em 2006. "Além de atender essa demanda, nós incentivaremos a atração de novos negócios a Paranaguá, estimulando a geração de novos postos de trabalho e renda para o município", complementou.
REGRAS - Uma outra portaria editada pela Appa e apresentada à comunidade portuária na reunião do CAP desta quinta-feira (15) - a de n.º 53/2010, estabeleceu regras para o abastecimento dos navios na área dos portos organizados de Paranaguá e Antonina. A principal delas é a proibição da transferência de produtos petrolíferos ou outros combustíveis entre embarcações atracadas ou que estejam em áreas adjacentes aos portos.
O abastecimento, portanto, só poderá ser feito em áreas de fundeio, com todo aparato de contingência para um eventual acidente como barreiras de contenção e a presença de embarcação de apoio e pessoal qualificado no atendimento a emergências ambientais.
De acordo com o superintendente da Appa, essas exigências estão alinhadas à Portaria n.º 32, da Diretoria de Portos e Costas, da Marinha do Brasil, baixada no último dia 2 de março. Souza destacou que as medidas restritivas atendem reivindicações dos próprios operadores portuários, que se remetem ao acidente com o navio Vicuña, ocorrido em novembro de 2004, para sustentar o pedido de restringir as operações de abastecimento de embarcações atracadas.
Como medida complementar, a Appa encaminhou à Capitania dos Portos do Paraná um pedido para ampliar as áreas de fundeio, que já está sob análise da Diretoria de Hidrografia e Navegação - órgão da Marinha do Brasil.

Boletim Informativo Guia do TRC
Dicas, novidades e guias de transporte direto em sua caixa de entrada.